BRASÍLIA - O deputado federal
licenciado André Vargas (PT-PR) pediu desfiliação da legenda nesta sexta-feira,
para se defender das denúncias de ligação com o doleiro Alberto Youssef, preso
pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato.
Pressionado pelo PT, o deputado
já havia renunciado à vice-presidência da Câmara dos Deputados em resposta à
decisão do Conselho de Ética de acatar representação do PSDB, DEM e PPS para
que as denúncias contra ele fossem apuradas.
"Comuniquei oficialmente ao
Partido dos Trabalhadores nesta manhã (sexta-feira) o meu desligamento da
sigla, após vinte e quatro anos", afirmou em comunicado.
"Sem partido, irei
dedicar-me agora à minha defesa no Conselho de Ética da Câmara, confiante de
que me serão asseguradas as prerrogativas do contraditório e da ampla
defesa", acrescentou o deputado.
O nome de Vargas apareceu nas
investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-Jato, que investiga
um esquema de lavagem de dinheiro, por ligação com o doleiro Youssef. Recaem
sobre o petista denúncias de obtenção de vantagens em contratações junto ao
Ministério da Saúde.
Vargas, que está licenciado
temporariamente do mandato desde o dia 7 de abril, sofreu pressão do PT para se
desligar, preocupado com o desgaste que a situação poderia provocar ao partido
em ano eleitoral.
O ex-presidente Lula chegou a
afirmar em entrevista que o petista deveria, em função de seu cargo,
explicar-se para o PT não "pagar o pato".
A ligação de Vargas com Youssef
já havia sido evidenciada pela denúncia de que ele viajara com a família em um
jatinho particular do doleiro. Na ocasião, o petista se justificou no plenário
da Câmara.
O doleiro Youssef está preso desde
dia 17 de março, apontado como responsável por um esquema que já teria lavado
cerca de 10 bilhões de reais e no qual estaria envolvido também o ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa.
Fonte: Reuters.
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