COPA E
ELEIÇÕES
Neste ano, no Brasil, teremos
dois significativos eventos. Nos meses de junho/julho, assistiremos à Copa Fifa
de futebol, quando 32 seleções estarão medindo forças pela supremacia mundial
nesse esporte. Ato contínuo, terá sequência a já iniciada disputa eleitoral
para todos os mandatos, exceto prefeito e vereador.
Nos jogos da Copa, a bola vai
rolar elegante e faceira de curva ou de trivela para um ponto futuro, adereços
exibidos, graças ao estado físico dos atletas, sem o qual a técnica jamais
alcançaria o padrão de plasticidade e beleza.
Diferentemente da Copa Fifa, no
certame eleitoral, para se chegar ao pódio, não se precisará de preparo físico
qualificado, mas, sim, de engenhosas manobras capazes de camuflar o
"doping" da compra de votos.
À compreensão de muita gente, a
compra de voto dos pobres e as coligações de partidos são moedas eleitorais da
mesma espécie, para não dizê-lo "farinha do mesmo saco".
O primeiro grupo, de tão anêmico,
contenta-se com uma cesta básica.
Já o segundo, por concentrar
poder eleitoral, para oferecer apoio nas urnas, exige múltiplos cargos na
gestão de governo, durante todo o mandato.
Pois bem! Se existe estreita
identidade entre essas duas moedas, por que motivo os acordos partidários
também não são tipificados como crimes eleitorais, se todos eles convergem para
os bueiros da corrupção?
E esse cenário não seria um
balcão de negócios, carregando em si o "milagre subterrâneo" de
metamorfosear o dinheiro do contribuinte em patrimônio privado?
Dolorosas interrogações!
Laurindo Ferreira
Escritor
Fonte: DN.
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