IDEIAS
OPINIÃO.
Paraíso do ócio
Dia 1º de maio, mais um feriadão
neste Brasil varonil posto que, data consagrada ao trabalhador, vai cair numa
quinta e aí se tem o indefectível "imprensado" de sexta, que se
agrega ao sábado e domingo, perfazendo quatro dias de folga, isto sem levar em
conta os cinco dias do Carnaval, mais os cinco da Semana Santa e Tiradentes,
ocorridos apenas durante os meses de março, abril e maio. Mas o caudal de
ociosidade não fica somente nisso, pois ainda hão de vir outros dias de inação
nos meses restantes do ano dado o excessivo número de feriados, pontos
facultativos, dias santos, de âmbito nacional, e alguns estaduais e municipais,
além de férias escolares e recessos, forenses e parlamentares.

No Judiciário, além do recesso
que vai de 20 de dezembro a 7 de janeiro, ainda têm os magistrados férias de 60
dias, enquanto a suspensão das atividades do Congresso Nacional se verifica nos
meses de dezembro janeiro e julho. Isso, sem levar em conta as eleições, a cada
dois anos que praticamente paralisam as atividades do Judiciário e do
Legislativo. Tudo como parte de uma malsã tradição brasileira que, em oposição
ao nosso antípoda Japão, país dinâmico, de povo trabalhador, governantes
empreendedores, é tido como Terra do Sol Nascente. Mas, nós também podemos nos
ufanar, por sermos gestores de uma malandragem institucionalizada e afirmar que
somos a Terra do Sol Poente, nação estática, de gente indolente, com
governantes displicentes.
Luiz Itamar Pessoa
Advogado e conselheiro da OAB-CE.
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