COMENTÁRIO DO JORNALISTA EDISON SILVA
JUDICIALIZAÇÃO
Vez por outra o noticiário
nacional registra insatisfações de políticos com decisões judiciais por
interferirem em atividades, efetivadas ou em curso, nos executivos e nas casas
legislativas, suspendendo ou ordenando ações, ou ainda regulando a atuação dos
partidos e dos seus filiados, passando a impressão que tais atos judiciais são
interferências indevidas do Judiciário nos dois outros poderes: Legislativo e
Executivo, quando, regra geral, não os são. É direito, e até dever, se
questionar atos de qualquer dos poderes. O errado é a desobediência. Mas isso é
outra questão. O Judiciário, em oportunidades várias, tem decidido sobre as
coisas da política e da administração pública, por cobrança dos próprios
políticos, hoje incompetentes para decidirem, no Parlamento, em qualquer das
esferas, suas pendengas e divergências de visões sobre coisas da sua
competência. Os olhares e pensamentos restritos sobre as coisas da política e dos
governos, dominantes no Congresso Nacional e nos demais legislativos, fazem com
que os problemas de Estado sejam avaliados no limite do interesse pessoal
imediato (até a ideologia, os que têm, deixam de fora), esquecendo todos,
maioria e minoria, do objetivo final de suas atividades, desrespeitando a
moralidade e o cuidado com a defesa do bem-estar social. Vereadores, deputados
e senadores precisam saber qual é a real função do Parlamento. Nada contra os
interesses republicanos dos partidos e de seus filiados. Os destes, quando se
tratam da defesa dos municípios e Estados. A discussão sobre se instala ou não
a CPI da Petrobras, e a convocação do Supremo para decidir sobre se faz uma
investigação ampla (incluindo obras de governos do PSDB), ou restrita à Petrobras,
comprova a falta de competência dos congressistas E mostra o quanto querem ser
tutelado pelo Judiciário.
*Edison Silva – Editor de Política – DN.
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