quarta-feira, 16 de abril de 2014

COMENTÁRIO DO JORNALISTA EDISON SILVA

 POLÍTICA

VICE E SUPLENTES

Vice-prefeito, vice-governador, vice-presidente e suplentes de senador são um apêndice que já deveria ter sido extirpado do organograma da estrutura de executivos e legislativo brasileiros. A afirmação vem a propósito do pronunciamento feito pelo ex-governador de Pernambuco, e pré-candidato à presidência da República, Eduardo Campos, na última segunda-feira, quando do anúncio da sua postulação tendo como vice a ex-senadora Marina Silva.

"Ao meu lado você estará não só na campanha, mas no governo", disse Campos, referindo-se à importância que como vice teria Marina, no caso de uma vitória eleitoral, em outubro próximo. É o tipo de promessa feita em todas campanhas, quando o candidato a prefeito, governador ou presidente quer enaltecer o seu companheiro de chapa, quase sempre não cumprida, por razões várias, inclusive a falta de sintonia entre ambos, aliados apenas com o fito de vencer a eleição.

Os vices, como os suplentes dos senadores não têm função definida, senão o direito de substituir o respectivo titular, nos momentos definidos pela Constituição. E como sempre têm ideias diferentes e ambições iguais, é comum estarem distanciados. Se o vice ainda que vez por outra substitui o chefe do Executivo, o suplente de senador, alguns deles sequer têm a chance da substituição, até por terem brigado antes mesmo da vitória, ou por terem se tolerado só mesmo no curso da campanha.

Eduardo Campos e Marina não serão diferentes dos demais. Aliás, diferenças eles já estão mostrando desde quando as contingências motivaram a aliança entre os dois. No caso dos suplentes de senador, o Ceará é um bom exemplo da inutilidade desses. O senador Inácio Arruda chegou a sete anos de mandato e nenhum dos seus dois suplentes, desconhecidos para quase todo a nossa população, chegou a assumir o mandato. Antes, nós tivemos dentre outros exemplos, como o do senador Cid Carvalho, cujo primeiro suplente, Esmerino Arruda, ao longo dos oito anos também não foi chamado a assumir. Já em relação aos vices, os exemplos das relações dos ex-prefeitos Juraci Magalhães e Luizianne Lins, ao longo de quase duas décadas, justificam a necessidade de se rever a existência desses acompanhantes, quase sempre indesejados pelos titulares dos cargos.

Fonte: DN.


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