VICE E SUPLENTES
Vice-prefeito, vice-governador,
vice-presidente e suplentes de senador são um apêndice que já deveria ter sido
extirpado do organograma da estrutura de executivos e legislativo brasileiros.
A afirmação vem a propósito do pronunciamento feito pelo ex-governador de
Pernambuco, e pré-candidato à presidência da República, Eduardo Campos, na
última segunda-feira, quando do anúncio da sua postulação tendo como vice a
ex-senadora Marina Silva.
"Ao meu lado você estará não
só na campanha, mas no governo", disse Campos, referindo-se à importância
que como vice teria Marina, no caso de uma vitória eleitoral, em outubro
próximo. É o tipo de promessa feita em todas campanhas, quando o candidato a
prefeito, governador ou presidente quer enaltecer o seu companheiro de chapa,
quase sempre não cumprida, por razões várias, inclusive a falta de sintonia
entre ambos, aliados apenas com o fito de vencer a eleição.
Os vices, como os suplentes dos
senadores não têm função definida, senão o direito de substituir o respectivo
titular, nos momentos definidos pela Constituição. E como sempre têm ideias
diferentes e ambições iguais, é comum estarem distanciados. Se o vice ainda que
vez por outra substitui o chefe do Executivo, o suplente de senador, alguns
deles sequer têm a chance da substituição, até por terem brigado antes mesmo da
vitória, ou por terem se tolerado só mesmo no curso da campanha.
Eduardo Campos e Marina não serão
diferentes dos demais. Aliás, diferenças eles já estão mostrando desde quando
as contingências motivaram a aliança entre os dois. No caso dos suplentes de
senador, o Ceará é um bom exemplo da inutilidade desses. O senador Inácio
Arruda chegou a sete anos de mandato e nenhum dos seus dois suplentes,
desconhecidos para quase todo a nossa população, chegou a assumir o mandato.
Antes, nós tivemos dentre outros exemplos, como o do senador Cid Carvalho, cujo
primeiro suplente, Esmerino Arruda, ao longo dos oito anos também não foi
chamado a assumir. Já em relação aos vices, os exemplos das relações dos
ex-prefeitos Juraci Magalhães e Luizianne Lins, ao longo de quase duas décadas,
justificam a necessidade de se rever a existência desses acompanhantes, quase
sempre indesejados pelos titulares dos cargos.
Fonte: DN.
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