sexta-feira, 18 de abril de 2014

COMENTÁRIO DO JORNALISTA EDISON SILVA

 COLUNA –DN.

POLÍTICA.


Edison Silva.

Novos municípios

Os governos estaduais, aprovada a nova Lei Complementar federal para a criação de municípios no Brasil, terão importância decisiva no processo de emancipação, pois será deles a responsabilidade para a contratação do Estudo de Viabilidade Municipal, realidade sem a qual não haverá processo de emancipação de qualquer distrito. Na Lei Complementar vetada pela presidente Dilma Rousseff, não havia essa exigência de o Estado participar do processo.

O veto da presidente Dilma, cuja apreciação deveria ter se dado na última terça-feira, pelo Congresso Nacional, foi adiado mais uma vez, embora já tenha sido aprovada, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, uma nova proposição, do mesmo senador Mozarildo Cavalcanti, acordada com o Governo para incorporar mecanismos outros que pudessem dificultar um pouco mais a proliferação de municípios, notadamente nas regiões Sul e Sudeste.

Além da inclusão dos governos estaduais nos processos emancipatórios, à nova Lei Complementar outras dificuldades foram acrescidas, inclusive o aumento do número de habitantes em cada distrito candidato à elevação de Município e tempo entre a realização de um e outro plebiscito, no caso de rejeição do primeiro. Para o Ceará, o número mínimo de habitantes do distrito foi elevado para 12 mil, reduzindo mais as chances de muitos deles, cujo sonho é acalentado há anos, principalmente pelas suas lideranças políticas.

Como até a conclusão desse processo de elaboração da Lei Complementar que autorize os estados a criarem municípios ainda demandará um bom tempo. Os defensores das emancipações, se tudo der certo na esfera federal, terão que contar com o interesse político e a sensibilidade do próximo governador cearense para conseguirem seus intentos. O juízo de valor do governador, com a visão que tem do Estado todo, é bem diferente da dos deputados e líderes municipais, interessados, quase sempre, no resultado eleitoreiro imediato.

Os defensores da criação de municípios, antes de visarem o crescimento socioeconômico do espaço territorial em questão, perseguem, de imediato, a eleição de um amigo para a Prefeitura da nova municipalidade, quando não ele próprio, outros tantos amigos para as câmaras municipais e a venda dos votos para candidatos ao Parlamento e conchavos outros.

*Edison Silva – jornalista – editor de política – DN.


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