COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge.
“FINANCIAMENTO” DE CANDIDATURAS.
Nobres:
Nas eleições
proporcionais, o financiamento de campanhas tem uma grande “ferida” -: Todos
são inimigos de todos, é uma guerra na qual vale tudo, até recursos de
traficantes, máfias e outros grupos afins. Espécie de cartório eleitoral, o
partido tão só registra os candidatos e depois é pago por nós na proporção do
seu sucesso de vendas. Apesar da decisão do STF que vinculou o mandato ao
partido, os parlamentares deram a “volta por cima” e agravaram a proliferação
partidária, incentivada pelas teratológicas coligações. Com milhares de
candidatos, é impossível qualquer fiscalização eficaz e a trágica realidade do
consabido “caixa 2″ é impune. Pior, a vedação de doações empresariais
transparentes certamente irá agravar esse quadro. Nesse absurdo sistema, o
eleitor é iludido, pensa eleger o “seu” candidato, porém, o mais das vezes,
elege outros, até, de outros partidos e com ideias frontalmente contrárias às
dele. Nesse sistema, não há voto de rejeição, na quase totalidade opinião
pública pode execrar um candidato, no entanto, se ele controlar um reduzido
charola do eleitorado, será um campeão de votos. Dessa forma, as siglas de
maior sucesso são as que albergam em suas hostes as figuras mais desiguais e ridículas,
sem qualquer afinidade programática. E não é só isso, em regra, mulheres,
afrodescendentes e bons cidadãos são apenas “iscas” para trazer votos. Aliás,
no sistema de voto no conjunto de candidatos do partido ou em lista, onde os
representantes dessas maiorias seriam colocados? No fim das listas? E aquelas
figuras execradas pela maioria? No topo? - Por tudo isso, é incompreensível a
afirmação de altas personalidades no sentido de que bastaria o eleitor fazer
boas escolhas: os Legislativos, construídos para também dar voz às minorias,
deixaram de representar a maioria. é uma contradição latente neste “mundão” de
interesses e essencialmente corrupto.
Antônio Scarcela Jorge.
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