POLÍTICA – DN.
Edison Silva.
MORALIDADE
O desembargador Gerardo Brígido,
presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, desde a última terça-feira
governando o Ceará até o próximo dia 25, tem o apoio da grande maioria da Corte
judiciária para as providências já adotadas no sentido de inibir malfeitos
constatados, principalmente nos plantões, tanto no Fórum quanto no próprio
Tribunal. Em um determinado fim de semana, no início deste ano, uma medida
extrema, tomada por Brígido, deixou os plantonistas atônitos. Nenhuma petição
foi endereçada a eles naquele plantão.
Advertido por colegas
desembargadores que estavam recebendo informações de autoridades federais e
estaduais da área de segurança, sobre a existência de uma mobilização para a
soltura de perigosos marginais, naquele determinado plantão, o presidente não
tergiversou em determinar ao setor de protocolo o encaminhamento, para ele,
naquele fim de semana, de todas as petições endereçadas aos plantonistas,
comprovando, para decepção de muitos, a trama que estava sendo montada.
Evidente que os criminosos não foram soltos. A sociedade venceu.
As polícias, federal e estadual,
por suas equipes de inteligência, monitoram, com autorização da própria
Justiça, criminosos soltos e presos. E por conta desse trabalho tem informações
sobre articulações que vão desde a realização de assaltos, homicídios,
tentativas de fugas e compra de sentenças. Esse caso, pela gravidade que ele
encerrava, tiveram que ser acionados os mecanismos extrajudiciais para
enterrá-lo.
O fato se tornou conhecido do
mundo jurídico, pelo inusitado que causou, portanto, agora, meses depois,
quando o presidente do Tribunal trata, na imprensa, da venda de decisões em
plantões do Judiciário cearense, representantes de órgãos de classe ligados a
operadores do Direito, deviam ter outro discurso e não o de dizer que está
esperando a nominação dos acusados da prática reprovável, mas o de emprestar
solidariedade e dizer de suas ações de combate.
São muitos os magistrados, embora
evitando comentar o assunto em público, que aprovam as providências internas,
incluindo as do Conselho Nacional de Justiça, acionado tão logo o fato aqui
narrado ficou devidamente comprovado. Esses desembargadores e juízes se sentem
incomodados com a existência de malfeitos. Por isso, a decisão do desembargador
Brígido tem o apoio deles, e de resto da sociedade tão agredida com desmandos,
corrupção e desvio de conduta de alguns daqueles, pagos por ela própria, para
cuidar do seu patrimônio, inclusive o Jurídico, desvirtuam o rumo.
*Edison Silva.
Editor de política do Diário do Nordeste.
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