COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
‘NÓS ABESTALHADOS’.
.
Nobres:
Na
regra instituída de essencialidade contraditória e imoral sobre o pretexto de
que a pluralidade interpretativa das leis dá aos juízes a prerrogativa envolta
aos interesses de corporação. Isso já vem sendo percebido pelo cidadão
brasileiro o único prejudicado e “apenado” neste conturbado processo, onde o
atalho da insensatez e a desonra é padrão. Por razões expostas neste contexto
diante no cenário do cotidiano é que soltaram os empreiteiros presos em
Curitiba. Deveriam ter soltado? Há quem acredite que eles estavam presos apenas
para que virassem delatores. Foram quase seis meses, e a maioria agüentou. Não
se imagina que o clube do superfaturamento tenha o peito de se reunir de novo
para trocar charutos e obras e acertar a propina de Pedro Barusco, o único
ladrão avulso. Até porque Barusco não deve estar precisando de mais nada. Os
empreiteiros só voltarão para a cadeia se os advogados cometerem barbeiragens.
Se forem advogados medianos e buscarem informações com a turma impune do mensalão
tucano, adeus cárcere. Pelo que se deduz do que dizem alguns juristas, é mais
fácil o ex-governador Eduardo Azeredo ser condenado em primeira instância em
Minas, pelo mensalão do PSDB, do que um empreiteiro voltar para a cela. Não há
dúvida de que o juiz Sérgio Moro irá condená-los. Mas aí teremos os recursos. Acreditamos
que finalmente agora seria diferente, que pegariam os grandes corruptores.
Corruptor brasileiro tem a chance de morrer antes da condenação. Seus
operadores também. O doleiro Youssef é velho conhecido da Justiça. Há uma
década, foi processado por corrupção, fez delação e foi solto ao apontar a
bandidagem do famoso caso Banestado, do Paraná. Sérgio Moro homologou o acordo
de delação de 2004. Mas Yousseff voltou a lavar dinheiro para quem aparecesse
com dinheiro sujo. Moro está de novo diante de Yousseff, que voltou a dedurar
todo mundo. Moro condenou Yousseff, em setembro do ano passado, a quatro anos
de cadeia, pelos crimes lá do primeiro processo. E também o condenou, na semana
passada, a nove anos de prisão pela lavagem na Petrobras. Você tem o direito de
imaginar que Yousseff e Moro se encontrarão para sempre, de tempos em tempos,
reproduzindo a sina de bandido e mocinho de faroeste. E nós, os abestalhados, o
que fazemos? – Ora, ora, quem mandou ser integrante da sociedade racional e
ética; estamos delirando!!!
Antônio
Scarcela Jorge.
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