PEDIDO DE
EXONERAÇÃO DO SECRETÁRIO DA SAÚDE DO CEARÁ.
Para deputados, falta de
recursos motivou saída. (RRR !!!)
A informação divulgada na edição de ontem do Diário do
Nordeste sobre a saída do secretário da Saúde, Carlile Lavor, da gestão Camilo
Santana surpreendeu deputados estaduais. A crise na Saúde, avaliam os
entrevistados, é o motivo central da desistência do gestor. Embora o Palácio da
Abolição não tenha se manifestado oficialmente, a ausência dele, ontem, em
reunião com a presença do ministro da Saúde, Arthur Chioro, ratificaram a
decisão de Lavor.
Para a deputada Augusta Brito (PCdoB), a saída de
Carlile está ligada à crise geral da economia nacional e à falta de recursos da
União para manter os compromissos com os estados na manutenção dos equipamentos
de Saúde. Da base aliada, Augusta não admite outra razão para a exoneração do secretário.
O deputado Gony Arruda (PSD), ex-secretário da gestão
Cid Gomes, salientou que, ao assumir um compromisso com o Governo, o gestor tem
que entender que não pode prejudicar a população do Estado. "Quando se
assume um compromisso, é de bom alvitre que se cumpra até o final. Quando se
assume um compromisso tem que saber das suas responsabilidades e compromissos
com a população", declarou o parlamentar.
Em pronunciamento na semana passada, o deputado Walter
Cavalcante (PMDB) citou as dificuldades que o Ceará vem enfrentando na Saúde e
chegou a propor que fosse criada comissão que vá a Brasília cobrar de deputados
federais e senadores postura de pressão ao Governo Federal. A intenção é que o
Estado seja ressarcido pelos prejuízos causados com o cancelamento da Refinaria
Premium II. A verba seria destinada à Saúde.
O deputado acredita que Carlile Lavor percebeu a
dificuldade em gerir a área, por conta da falta de repasses federais, levando o
gestor a deixar o cargo. "Espero que, com a saída do secretário de Saúde,
isso possa fazer acender uma luz vermelha para que o Governo Camilo trabalhe
junto a presidente Dilma para que ela traga recursos ao Ceará. O Estado foi
quem mais deu votação a presidente da República", destacou Cavalcante.
Escolha
política
Para Sérgio Aguiar (PROS), a saída de cada um dos três
secretários do Governo (Esporte, Educação e Saúde) ocorreu de forma pontual e
por motivações distintas. Segundo ele, a decisão de David Durand (PRB), que foi
secretário de Esportes por dois meses e não tinha experiência no Executivo, foi
uma escolha política. No caso de Maurício Holanda, da Educação, sua saída teve
motivações burocráticas, já que é funcionário da Câmara Federal e não foi
liberado para assumir a vaga de secretário.
No caso específico de Lavor, Aguiar disse que os
parlamentares ainda estão apurando as razões da saída, mas aponta que a
desistência do secretário está diretamente relacionada à situação crítica da
área. "Não quero crer em crise, mas que foram momentos pontuais. O Carlile
não foi indicação de partidos, mas indicação de cunho pessoal de Camilo
Santana", afirmou
O parlamentar esteve recentemente reunido com
representantes da bancada federal, em Brasília, juntamente com membros da
Associação dos Prefeitos do Ceará (Aprece), quando ficou acertada a
requalificação e ampliação das unidades de saúde dos municípios cearenses.
Leonardo Pinheiro (PSD) demonstrou surpresa com a
saída de Lavor e afirmou que a Saúde passa por dificuldades não somente no
Ceará, mas em todo o País, por ponta do déficit nos repasses da União a estados
e municípios. Segundo ele, mesmo com a desistência do titular da Pasta, o
quadro atual da Secretaria dará continuidade aos projetos tocados até agora.
"É preciso trabalho forte para regular a rede que aí está, mas é óbvio que
isso passa pela questão do financiamento", apontou.
Fonte: DN.
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