quarta-feira, 27 de maio de 2015

PADRÃO BRASIL - ROUBAR E EMUDECER

 DOIS EXECUTIVOS DECIDEM FICAR CALADOS NA CPI DA PETROBRAS.

Executivos de Camargo Corrêa e OAS foram liberados sem falar à CPI.
João Ricardo Auler e Adelmário Pinheiro são investigados na Lava Jato.


Dois dos três executivos que seriam ouvidos nesta terça-feira (26) pela CPI da Petrobras decidiram ficar calados e foram liberados pelo presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Eles são investigados na Operação Lava Jato, que apura desvios de recursos da estatal. Antes, a comissão ouviu o ex-presidente da construtora Camargo Corrêa Eduardo Hermelino Leite, para quem ainda há "problemas" nos contratos da Petrobras.

João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, e José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da Construtora OAS, foram questionados pelo relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) se ficariam calados diante de qualquer pergunta e ambos confirmaram que sim. Em seguida, foram liberados.

O ex-vice-presidente da construtora Camargo Corrêa Eduardo Hermelino Leite, um dos delatores da Operação Lava Jato, foi o primeiro a ser chamado para depoimento nesta terça-feira e o único a responder aos questionamentos.

Depois do depoimento de Leite, que durou cerca de quatro horas o presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), chamou João Ricardo Auler e, em seguida, José Adelmário Pinheiro Filho.

Auler e Adelmário foram presos na sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2014, e deixaram a cadeia em abril para cumprir prisão domiciliar.

Na última semana, convocado para prestar depoimento à CPI da Petrobras, o ex-vice-presidente da construtora Engevix Gerson Almada também recorreu ao direito de ficar calado e se negou, na última quinta-feira (21), a responder às perguntas dos deputados da comissão.

Agenda.

O presidente da comissão informou que o depoimento do ex-representante da empresa holandesa SBM Offshore Julio Faerman será transferido de 3 de junho para o dia 9 do mesmo mês.

Em depoimento em Londres a membros da CPI no último dia 19, o ex-diretor da SBM Jonathan Taylor informou que os pagamentos de propinas a funcionários da Petrobras eram feitos por Faerman.

Numa das gravações entregues por Taylor à CPI, um ex-diretor de Vendas da SBM chegou a explicar que a comissão era de 3% sobre cada contrato. Faerman ficava com 1% e o restante ia para pessoas da Petrobras.

Debate.

Depois de os executivos deixarem a sala da reunião da CPI, parlamentares discutiram sobre o procedimento de liberar os depoentes que alegam que não irão responder aos questionamentos.

O deputado Izalci (PSDB-DF) sugeriu que, antes de marcar os depoimentos, a comissão verifique se as pessoas estão dispostas a contribuir. Segundo ele, é uma forma de aperfeiçoar o trabalho da comissão, considerando que a CPI tem que ouvir muitos envolvidos no caso. O deputado Leo de Brito (PT-AC) defendeu a liberação dos investigados que comunicam que permanecerão em silêncio, de forma que não seja necessário aguardar a série de perguntas dos parlamentares. Segundo o parlamentar, é o “procedimento correto e econômico”.
Fonte: Agência Globo – G1.


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