Executivos
de Camargo Corrêa e OAS foram liberados sem falar à CPI.
João Ricardo Auler e Adelmário Pinheiro são investigados na Lava Jato.
Dois dos três executivos que seriam ouvidos nesta
terça-feira (26) pela CPI da Petrobras decidiram ficar calados e foram
liberados pelo presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Eles são
investigados na Operação Lava Jato, que apura desvios de recursos da estatal.
Antes, a comissão ouviu o ex-presidente da construtora Camargo Corrêa Eduardo
Hermelino Leite, para quem ainda há "problemas" nos
contratos da Petrobras.
João Ricardo Auler, presidente do Conselho de
Administração da Camargo Corrêa, e José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da
Construtora OAS, foram questionados pelo relator da comissão, deputado Luiz
Sérgio (PT-RJ) se ficariam calados diante de qualquer pergunta e ambos
confirmaram que sim. Em seguida, foram liberados.
O ex-vice-presidente da construtora Camargo Corrêa
Eduardo Hermelino Leite, um dos delatores da Operação Lava Jato, foi o primeiro
a ser chamado para depoimento nesta terça-feira e o único a responder aos
questionamentos.
Depois do depoimento
de Leite, que durou cerca de quatro horas o presidente da CPI
da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), chamou João Ricardo Auler e, em
seguida, José Adelmário Pinheiro Filho.
Auler e Adelmário foram presos na sétima fase da
Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2014, e
deixaram a cadeia em abril para cumprir prisão domiciliar.
Na última semana, convocado para prestar depoimento à
CPI da Petrobras, o ex-vice-presidente da construtora Engevix Gerson Almada
também recorreu ao direito de ficar calado e se negou, na última quinta-feira
(21), a responder às perguntas dos deputados da comissão.
Agenda.
O presidente da comissão informou que o depoimento do
ex-representante da empresa holandesa SBM Offshore Julio Faerman será transferido
de 3 de junho para o dia 9 do mesmo mês.
Em depoimento em Londres a membros da CPI no último
dia 19, o ex-diretor da SBM Jonathan Taylor informou que os pagamentos de
propinas a funcionários da Petrobras eram feitos por Faerman.
Numa das gravações entregues por Taylor à CPI, um
ex-diretor de Vendas da SBM chegou a explicar que a comissão era de 3% sobre
cada contrato. Faerman ficava com 1% e o restante ia para pessoas da Petrobras.
Debate.
Depois de os executivos deixarem a sala da reunião da
CPI, parlamentares discutiram sobre o procedimento de liberar os depoentes que
alegam que não irão responder aos questionamentos.
O deputado Izalci (PSDB-DF) sugeriu que, antes de
marcar os depoimentos, a comissão verifique se as pessoas estão dispostas a
contribuir. Segundo ele, é uma forma de aperfeiçoar o trabalho da comissão,
considerando que a CPI tem que ouvir muitos envolvidos no caso. O deputado Leo
de Brito (PT-AC) defendeu a liberação dos investigados que comunicam que
permanecerão em silêncio, de forma que não seja necessário aguardar a série de
perguntas dos parlamentares. Segundo o parlamentar, é o “procedimento correto e
econômico”.
Fonte: Agência Globo – G1.
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