segunda-feira, 11 de maio de 2015

DISPUTA ENTRE PODERES JOGO DE INTERESSES E "O POVO-E QUEM PAGA"


RENAN REBATE LULA SOBRE TERCEIRIZAÇÃO: "NINGUÉM SUBSTITUI A CÂMARA E O SENADO"


Presidente do Senado respondeu pedido de Lula para que Dilma Rousseff vetasse o Projeto de Lei de número 4.330.


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RN), defendeu a autonomia da Casa que preside e da Câmara dos Deputados na apreciação do Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização no País. A defesa se deu nesta sexta-feira (8), durante conversa com jornalistas sobre fala recente de Luís Inácio Lula da Silva na qual ele pediu à sua sucessora, Dilma Rousseff, para vetar o texto.

Renan afirmou que pretende agilizar votação do projeto que tem mobilizado trabalhadores no País

"Ninguém substitui a Câmara. É fundamental que a Câmara e o Senado deliberem pela participação dos deputados e senadores. É importante aguardar o calendário", comentou após participar de almoço com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf.

Indagado se considerava uma ingerência por parte de Lula declarar apoio ao veto, Calheiros afirmou ver como fundamental a participação de deputados e senadores no debate.

O peemedebista defendeu que o projeto da terceirização deve contemplar limites para as atividades fim: "Não se pode regulamentar a atividade fim sem criar limites e estabelecer condições".

Renan não deixou claro como será o regime de tramitação do projeto de lei da terceirização. Durante a entrevista, por quase todo o tempo, ele citou a necessidade de fazer audiências públicas e de ouvir os grupos envolvidos. "O mais prudente, do ponto de vista do trabalhador da indústria do Brasil, é regulamentar o mais rapidamente possível", disse.

"Terceirização já é uma realidade

Já Paulo Skaf adotou um tom bem mais duro em relação às críticas ao texto. Aos jornalistas, o presidente da Fiesp afirmou que a "terceirização no Brasil já é uma realidade" e que a discussão atual se limita a regulamentá-la. "Se tem algum sindicato preocupado com a sua arrecadação e queda de arrecadação sindical, pra mim, pouco importa", atacou ele, que foi ainda mais longe.

Em um recado ao ex-presidente Lula, no qual comentou a possibilidade de uma greve geral – convocada pela Central Única dos Trabalhadores –, classificada por ele como um "desserviço à nação", Skaf desafiou:

"A Petrobras, por exemplo. O PT diz que é contra a terceirização... Uma boa pergunta a fazer ao ex-presidente Lula. Quando ele assumiu a presidência, a Petrobras tinha 120 mil terceirizados. Hoje tem 360 mil. Se o PT é contra, como é que aumentou três vezes os terceirizados na Petrobras?"

Ajuste fiscal.

Sobre a aprovação do ajuste fiscal na Câmara, Renan alertou que o PMDB "não pode repetir na relação com o PT e com o governo a velha política". Indagado se seu partido estaria condicionando a aprovação de projetos à entrega de cargos no segundo e terceiro escalões, disparou:

"Nós não vamos fazer o ajuste sem a reforma do Estado. Nós precisamos cortar no setor público e acho que essa tem que ser a grande participação do PMDB... Não tem exigência [de cargos] e acho que será o pior papel do PMDB. Se for verdade o que a imprensa está dizendo".
Fonte: Agência Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário