RENAN REBATE LULA SOBRE TERCEIRIZAÇÃO: "NINGUÉM SUBSTITUI A CÂMARA E O SENADO"
Presidente do Senado respondeu
pedido de Lula para que Dilma Rousseff vetasse o Projeto de Lei de número 4.330.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RN),
defendeu a autonomia da Casa que preside e da Câmara dos Deputados na
apreciação do Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização no País. A
defesa se deu nesta sexta-feira (8), durante conversa com
jornalistas sobre fala recente de Luís Inácio Lula da Silva na qual ele
pediu à sua sucessora, Dilma Rousseff, para vetar o texto.
Renan
afirmou que pretende agilizar votação do projeto que tem mobilizado
trabalhadores no País
"Ninguém
substitui a Câmara. É fundamental que a Câmara e o Senado deliberem pela
participação dos deputados e senadores. É importante aguardar o
calendário", comentou após participar de almoço com o presidente da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf.
Indagado
se considerava uma ingerência por parte de Lula declarar apoio ao veto,
Calheiros afirmou ver como fundamental a participação de deputados e
senadores no debate.
O peemedebista defendeu que o projeto da terceirização
deve contemplar limites para as atividades fim: "Não se pode regulamentar
a atividade fim sem criar limites e estabelecer condições".
Renan não deixou claro como será o regime de
tramitação do projeto de lei da terceirização. Durante a entrevista, por quase
todo o tempo, ele citou a necessidade de fazer audiências públicas e de ouvir
os grupos envolvidos. "O mais prudente, do ponto de vista
do trabalhador da indústria do Brasil, é regulamentar o mais rapidamente
possível", disse.
Já
Paulo Skaf adotou um tom bem mais duro em relação às críticas ao texto. Aos
jornalistas, o presidente da Fiesp afirmou que a "terceirização no Brasil
já é uma realidade" e que a discussão atual se limita a regulamentá-la.
"Se tem algum sindicato preocupado com a sua arrecadação e queda de
arrecadação sindical, pra mim, pouco importa", atacou ele, que foi ainda
mais longe.
Em um recado ao ex-presidente Lula, no qual
comentou a possibilidade de uma greve geral – convocada pela Central Única dos
Trabalhadores –, classificada por ele como um "desserviço à nação",
Skaf desafiou:
"A Petrobras, por exemplo. O PT diz que é contra
a terceirização... Uma boa pergunta a fazer ao ex-presidente Lula. Quando
ele assumiu a presidência, a Petrobras tinha 120 mil terceirizados. Hoje tem
360 mil. Se o PT é contra, como é que aumentou três vezes os terceirizados na
Petrobras?"
Ajuste
fiscal.
Sobre a aprovação do ajuste fiscal na Câmara, Renan
alertou que o PMDB "não pode repetir na relação com o PT e com o governo a
velha política". Indagado se seu partido estaria condicionando a aprovação
de projetos à entrega de cargos no segundo e terceiro escalões, disparou:
"Nós não vamos fazer o ajuste sem a reforma do
Estado. Nós precisamos cortar no setor público e acho que essa tem que ser a
grande participação do PMDB... Não tem exigência [de cargos] e acho que será o
pior papel do PMDB. Se for verdade o que a imprensa está dizendo".
Fonte: Agência Brasil.
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