PF
pediu para quebrar sigilos de políticos investigados na Lava Jato.
Presidente do Senado afirmou que esclarecerá fatos 'à luz do dia'.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira (14) que autorizou sua defesa a entregar seu sigilo fiscal, bancário e telefônico ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato na Corte. A Polícia Federal (PF) solicitou ao STF autorização para quebrar o sigilo fiscal e bancário de Renan e do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Ambos são alvos de inquéritos da Lava Jato que tramitam no Supremo.
Os pedidos chegaram ao STF em segredo de Justiça na
última quinta (7) e foram encaminhados ao gabinete de Zavaski, responsável por
autorizar a realização das diligências da Lava Jato envolvendo pessoas como
foro privilegiado. Os policiais federais também pediram para ter acesso aos
dados bancários do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) e do ex-deputado João
Pizzolatti (PP-SC). Eles também são investigados na operação que apura o
esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
"Sobre essa
questão do sigilo: nós autorizamos nosso advogado a entregar ao ministro Teori
Zavascki todos os nossos sigilos. Nenhum homem público é proibido [de] ser
investigado. Nós temos que aproveitar esse momentos para esclarecer tudo. Eu
estou entregando ao ministro Teori, ele não precisa sequer despachar, todos os
meus sigilos, sem exceção", disse Renan ao chegar ao Senado nesta quinta.
"Entregarei todos os meus sigilos. Se há alguém
que quer esclarecer esses fatos, sou eu. Os homens públicos não podem se
recusar a esclarecer fatos. Você tem homens públicos que são acusados
injustamente, outros justamente. A diferença, exatamente, está nas respostas.
Existem aqueles que têm o que dizer e existem aqueles que não têm. Com relação
a mim, toda a explicação será dada à luz do dia", enfatizou.
Nos pedidos sobre Collor, Renan e
Aníbal, a Procuradoria Geral da República (PGR) já se manifestou, cabendo ao
relator do caso decidir se autoriza a quebra de sigilo.
Os políticos suspeitos de envolvimento na Lava Jato
são investigados desde o início de março pela PGR e pela Polícia Federal . No total,
50 pessoas são alvo de inquéritos na Suprema Corte, dos quais 48 são políticos,
entre senadores, deputados e ex-parlamentares.
No caso do presidente do Senado, o ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que
recebeu apoio político do parlamentar para se manter à frente da diretoria de
Refino e Abastecimento da estatal, em troca de ajuda para o PMDB.
Renan Calheiros ainda é
apontado como responsável pela manutenção de Sérgio Machado na presidência da
Transpetro, uma das subsidiárias da Petrobras. O senador diz que suas relações
junto ao poder público “nunca ultrapassaram os limites institucionais”.
Fonte: Agência O Globo.
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