COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
CORPORAÇÃO ESTENDIDA.
Nobres:
Mesmo com discordâncias de cálculos entre governistas
e oposicionistas, a conta que a Câmara pretende transferir ao Executivo, com a
mudança no sistema de apuração do tempo para aposentadoria do setor privado.
Com déficit crescente, tudo em função do protecionismo dos governos “(anterior
e o atual) que fazem da previdência uma caixa assistencialista” para os fundos
e que existem paralelamente, para discorrer a manutenção eleitoreira
direcionada em sua maioria para pseudo-s trabalhadores, sem critérios, que se
aposentaram sem contribuição a previdência, no sentido de comungar com pelegos
e o governo, na conseqüente adesão das massas populares, que os louvam e veneram
como verdadeiros “pai e mamãe”. Por outro lado o INSS já era uma bomba de
efeito retardado antes que os deputados mexessem no chamado fator
previdenciário muito mais para fustigar o governo do que para beneficiar os
trabalhadores. É contraditório que parlamentares hoje na oposição, e que
referendaram a criação do fator previdenciário, em 1999, agora tenham se
perfilado ao lado dos que se organizaram para derrubá-lo. Além da incoerência,
o que se evidencia é a despreocupação com o futuro do país, e não só da
previdência. O Congresso consegue andar na contramão de esforços que não são
apenas do governo. O ajuste fiscal depende, para sua viabilização, do apoio do
parlamento e do endosso da sociedade. Quem conspirar contra essa necessidade
adia, mais uma vez, soluções que o país vem reclamando desde os primeiros
sinais de estagnação e de descontrole das contas públicas. É ingênuo o
argumento de que o impacto financeiro da mudança se manifestará somente daqui a
quatro ou cinco anos. Congresso e governo terão de chegar a um entendimento,
para que se corrijam as distorções no atual modelo de contagem de tempo para a
aposentadoria. A solução estará num meio-termo entre o que os congressistas e o
governo pretendem, e não na simples manutenção ou eliminação do fator
previdenciário. A mudança só não pode ser feita ao sabor do ranço político, e
sim com responsabilidade, cálculos sensatos e visão de futuro. Neste aspecto
estamos presenciando as forças políticas se “confrontarem” em função de seus
próprios interesses.
Antônio Scarcela Jorge.
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