COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
Nobres:
É deveras lamentável para sociedade honesta em relação
ao estado deprimente da política onde o padrão e o mérito é ser ladrão em
alguns segmentos majoritário da categoria. “Somos o Brasil partido em dois”.
Tudo é dúplice: o que vale para uns, vale só para alguns. A última terça-feira,
véspera de 13 de maio, foi o dia emblemático desse dualismo. Parecia até que
voltávamos ao tempo da escravatura, com chibata para quem trabalha e
benevolência para o malfeitor ou seus crimes. Em contrapartida, a CPI da Câmara dos Deputados que investiga o escândalo da
Petrobras, indagou a doleira Nelma Kodama (já condenada a 18 anos de prisão)
como se fosse uma estrela de Hollywood. Sorridente, a cabeça raspada (que
dificultava ser reconhecida pela TV), ela ditou regras e comandou a festa.
Contou até sobre os três anos em que foi amante do doleiro-mor Alberto Youssef,
com quem movimentou R$ 221 milhões roubados à Petrobras. Para autenticar o relato,
cantou a canção amorosa que o casal partilhava na alcova. E a festa cresceu: a
TV mostrou alguns deputados cantarolando com ela, em íntima parceria. Dona do
ambiente, a musa-doleira levantou-se, inclinou-se sobre os seios fartos e,
curvada, escancarou o traseiro e disse: “Aqui nos bolsos eu levava o dinheiro.
Não na calcinha”. Nelma foi presa pela Polícia Federal ao tentar embarcar para
a Itália com 200 mil euros na calcinha. Um circo perfeito onde fizeram o povo
brasileiro palhaço deste espetáculo.
Antônio Scarcela Jorge.
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