COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.
Nobres:
No período em que o país se empenha na aprovação de
medidas essenciais para o ajuste fiscal no Congresso, a alternativa pode se
mostrar mais longe, de fato, de virar realidade. Ainda assim, os brasileiros
não têm como continuar arcando com uma carga tributária que é a maior da
América Latina, favorece excessivamente o governo federal e não assegura
contrapartidas adequadas aos contribuintes. Por isso, depois de ajustar suas
contas, o país precisa assumir a sempre relegada reforma tributária como uma de
suas prioridades. Até meados deste mês, conforme cálculos do chamado
Impostômetro nós brasileiros já haviam contribuído com R$ 700 bilhões em
impostos, taxas e contribuições. O montante foi registrado 25 dias antes, em
comparação com o ano passado. Conforme os dados estatísticos oficiais de
governo, também é o período até o qual os brasileiros trabalham, desde janeiro,
somente para custear a máquina do governo, recebendo em troca serviços
precários e obras pouco visíveis. Depois do descontrole provocado nas contas
oficiais, por razões que vão do mau gerenciamento à corrupção, com o conseqüente
abalo na economia, o setor público tem o dever de reequilibrar receita e
despesa. Quando a situação chega a esse ponto, o ajuste se torna inevitável,
ainda que imponha um elevado custo para a população, que precisa ser compensada
mais à frente, não apenas com mais crescimento, emprego e renda, mas também com
redução da carga tributária. Depois de ajustar suas contas, o país precisa promover uma reforma tributária
que contemple mais as necessidades de cada unidade da federação e desonere os
contribuintes. O movimento deve ser acompanhado de uma adequação da máquina
administrativa à realidade atual, com ênfase na melhoria dos serviços públicos
e que deixe de priorizar a corrupção, fonte dos aliados e do partido do
governo.
Antônio
Scarcela Jorge.
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