COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
FINANCIAMENTO EMPRESARIAL UMA DISPUTA PARCIAL ENTRE CANDIDATOS
A CARGOS ELETIVOS.
Nobres:
A Câmara dos Deputados está decidindo novas regras
para o nosso sistema político, uma dessas propostas é o fim do financiamento
empresarial, limite de doação para pessoas físicas, redução de gastos de
campanha e reorganização dos partidos. Neste país, essas propostas emergem em
meio a escândalos de corrupção e instabilidade política. O financiamento
empresarial da política e a corrupção caminham juntos. Essa é a percepção da
sociedade civil, encabeçada por CNBB, OAB, UNE e a CUT, que lutam pela
proibição do financiamento empresarial de partidos e candidatos. A
promiscuidade entre o setor público e as empresas privadas tem sua origem nas
campanhas eleitorais. O financiamento empresarial, além de estabelecer laços
suspeitos entre financiadores e eleitos, limita o acesso dos que têm menor
poder econômico, aumentando a distância entre os representantes e a sociedade. Seqüestra
uma das regras básicas da democracia, igualdade na disputa eleitoral, corrói a
transparência dos partidos. A nossa democracia não pode depender do dinheiro de
bancos, empreiteiras e outras empresas. Não há democracia digna que possa
nascer desse sistema. Os aportes empresariais nas eleições brasileiras
representam mais de 90% do que os partidos arrecadam; em 2014, ultrapassaram R$
5 bilhões. Uma única empresa doou R$ 360 milhões! Se os parlamentares não
mudarem radicalmente esse modelo, não serão eliminadas as causas da corrupção
que desvia recursos públicos que deviam ser investidos para melhorar a
qualidade da saúde, da educação e da segurança. A grave crise do sistema
político exige posição clara. A reforma política deve enfrentar o mal pela
raiz: proibir o financiamento empresarial de partidos e candidatos. Ecoaria
estranho à sociedade que os congressistas não ponham fim a uma regra que
favorece suas próprias eleições. Com campanhas mais baratas e representantes
eleitos por compromissos e idéias e não por dinheiro, teremos uma democracia e
uma República melhores para o Brasil. Neste aspecto se estabelece mudanças que
seria sobrevivente a política brasileira.
Antônio
Scarcela Jorge.
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