sexta-feira, 15 de maio de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA, 15 DE MAIO DE 2015

­­­COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

FINANCIAMENTO EMPRESARIAL UMA DISPUTA PARCIAL ENTRE CANDIDATOS A CARGOS ELETIVOS.

Nobres:
A Câmara dos Deputados está decidindo novas regras para o nosso sistema político, uma dessas propostas é o fim do financiamento empresarial, limite de doação para pessoas físicas, redução de gastos de campanha e reorganização dos partidos. Neste país, essas propostas emergem em meio a escândalos de corrupção e instabilidade política. O financiamento empresarial da política e a corrupção caminham juntos. Essa é a percepção da sociedade civil, encabeçada por CNBB, OAB, UNE e a CUT, que lutam pela proibição do financiamento empresarial de partidos e candidatos. A promiscuidade entre o setor público e as empresas privadas tem sua origem nas campanhas eleitorais. O financiamento empresarial, além de estabelecer laços suspeitos entre financiadores e eleitos, limita o acesso dos que têm menor poder econômico, aumentando a distância entre os representantes e a sociedade. Seqüestra uma das regras básicas da democracia, igualdade na disputa eleitoral, corrói a transparência dos partidos. A nossa democracia não pode depender do dinheiro de bancos, empreiteiras e outras empresas. Não há democracia digna que possa nascer desse sistema. Os aportes empresariais nas eleições brasileiras representam mais de 90% do que os partidos arrecadam; em 2014, ultrapassaram R$ 5 bilhões. Uma única empresa doou R$ 360 milhões! Se os parlamentares não mudarem radicalmente esse modelo, não serão eliminadas as causas da corrupção que desvia recursos públicos que deviam ser investidos para melhorar a qualidade da saúde, da educação e da segurança. A grave crise do sistema político exige posição clara. A reforma política deve enfrentar o mal pela raiz: proibir o financiamento empresarial de partidos e candidatos. Ecoaria estranho à sociedade que os congressistas não ponham fim a uma regra que favorece suas próprias eleições. Com campanhas mais baratas e representantes eleitos por compromissos e idéias e não por dinheiro, teremos uma democracia e uma República melhores para o Brasil. Neste aspecto se estabelece mudanças que seria sobrevivente a política brasileira.
Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário