sexta-feira, 29 de maio de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 'SEXTA-FEIRA' , 29 DE MAIO DE 2015

COMENTÁRIO­.
Scarcela Jorge.

SURDEZ CULMINANTE DAS EXCELÊNCIAS.

Nobres:
Para infelicidade do povo as vozes das ruas não estão efetivamente sendo ouvidas por nossos representantes. Como pode um país que se diz sem condições econômicas para atualizar a tabela do IR ou para investir em políticas públicas básicas, como saúde, segurança e educação, triplicar a verba partidária para facilitar o financiamento dos partidos políticos? O que pode e deve a sociedade pensar de tudo isso? Em 1994, o fundo partidário era de R$ 729 mil. Um custo de R$ 1,4 mil por deputado. No mesmo período, o salário mínimo era de R$ 64,79. Neste ano, o custo bate em R$ 1,662 milhão por deputado. Aumento de 1.586% em 21 anos, com o que é justo se concluir que o salário mínimo deveria ser de R$ 77.127, se tivesse aumentado na mesma proporção do fundo partidário. Há legendas que têm como fonte de renda apenas o dinheiro público. Ou seja, não possuem qualquer representatividade junto à sociedade. Atuam como siglas de aluguel, mantendo boa vida àqueles que se utilizam das brechas legislativas para uso indevido de algo que deveria ser tão nobre. Uma sociedade que se pretenda justa, igualitária e democrática não pode aceitar tamanho desrespeito. Estamos assistindo mais uma vez ao Congresso Nacional legislando contra o cidadão, agredindo frontalmente a sociedade e arranhando os alicerces da democracia. E não se diga que a ampliação do fundo partidário é necessária justamente para que se afaste as empresas das campanhas. A OAB defende o fim do financiamento por empresas porque entende que, como está hoje, é um dos principais alicerces da corrupção. Defendemos, sim, mas com a manutenção do financiamento privado por pessoa física, com limitações das contribuições. Nosso atual modelo político está esgotado e todos sabem disso. Faltam apenas os nossos representantes também para infelicitá-los.
Antônio Scarcela Jorge.

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