DOLEIRO DA LAVA JATO CONFIRMA PAGAMENTO À AGÊNCIA ORDENADO POR LULA E GABRIELLI.
O doleiro Alberto Youssef afirmou à CPI da Petrobrás
nesta segunda-feira, 11, em Curitiba, que PT e PP dividiram uma propina de R$ 6
milhões que teria sido paga a uma agência, a Muranno Marketing Brasil, em 2010,
a pedido do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.
"O Paulo Roberto Costa passou para que eu
procurasse a Muranno e outra agência para que pagasse", explicou Youssef,
ouvido no Paraná, onde está preso desde março do ano passado.
Youssef já havia relatado esse capítulo do esquema de
corrupção na Petrobrás em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, em
2014. Segundo o doleiro, o valor pago para a Muranno foi uma ordem do
ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli, que teria sido acionado pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Youssef revelou ainda que quase a totalidade dos R$ 7
milhões que a Muranno e outra agência de publicidade do Rio tinham a receber
foi paga com dinheiro de propina. Segundo ele, quem pagou a parte do PT foi o
lobista Julio Camargo, representante no Brasil do Grupo Mitsui.
"Em determinado momento, Julio Camargo fez os
repasses da parte da conta do PT."
Segundo ele, "o doutor Paulo Roberto disse que o
total foi R$ 6 milhões e pouco e o PT teria que dividir, R$ 3 milhões era o PT
que pagaria e R$ 3 milhões era o PP". A Muranno apareceu no
rastreamento de valores da empresa MO Consultoria, uma das usadas na lavanderia
de Youssef. Os delatores explicaram que o valor era referente a uma extorsão
que seria feita pelo dono da Muranno, Ricardo Villani, para que valores
atrasados a receber da Petrobrás fossem pagos.
A Muranno prestou serviços para a Petrobrás, em provas
da Fórmula Indy, nos Estados Unidos sem contrato. De R$ 7 milhões que ela teria
a receber, parte não foi paga e o dono estaria cobrando o pagamento.
Entre eles os ex-deputados André Vargas (ex-PT, hoje
sem partido), Pedro Corrêa (PP) e Luiz Argolo (ex-PP, hoje no SD). Youssef é o
primeiro a ser ouvido nesta manhã de segunda-feira, por um grupo de 14
deputados federais da comissão, que tem audiências marcadas até amanhã.
Estão marcados para hoje os depoimentos do ex-diretor
de Internacional Nestor Cerveró e do lobista Fernando Antônio Falcão Soares, o
Fernando Baiano ligados ao PMDB no esquema de loteamento político na estatal,
que envolvia ainda PT e PP. de Mário Góes, de Guilherme Esteves e de Adir
Assad, outros três lobistas acusados de operarem propina na Diretoria de
Serviços - que era cota do PT - também estão nessa lista.
Amanhã será ouvido os depoimentos dos ex-deputados.
Eles estão na carceragem do Centro Médico Prisional, na Região Metropolitana de
Curitiba. Os interrogatórios serão realizados no auditório da Justiça Federal,
em Curitiba. Um grupo de 14 deputados já está na capital paranaense para início
dos interrogatórios, a partir das 9h de hoje.
Fonte: Agência O Estado.
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