GOVERNO ANUNCIA CORTE DE R$ 69,9 BILHÕES NO ORÇAMENTO DA UNIÃO.
Contingenciamento vai atingir
todos os ministérios, mas programa Bolsa Família foi preservado.
Após uma grande rodada de negociações com os partidos
da base aliada que comandam os ministérios, o governo federal promoveu um corte de R$ 69,9 bilhões no Orçamento da União de
2015. O contingenciamento atingirá todos os ministérios e órgãos federais.
O governo estimou uma retração das riquezas
brasileiras e uma inflação acima da meta que era de 4,5% em
2015, segundo o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que apresentou os números.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não participou do
anúncio porque está gripado. Barbosa se apressou a pedir que isso não fosse
interpretado de outra forma. As verbas para obras do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) foram reduzidas em R$ 25,7 bilhões e para as emendas
parlamentares recuaram R$ 21,4 bilhões. Juntas, as duas áreas representaram um
corte de R$ 47,1 bilhões — ou quase 70% do total.
Por outro lado, programas sociais do Brasil Sem
Miséria sob o guarda-chuva do Ministério do Desenvolvimento Social, como o
Bolsa Família, foram completamente preservados da navalha do governo. O
programa manteve o orçamento de R$ 27,7 bilhões.
A Educação ficou com um orçamento de R$ 15,1 bilhões
acima do mínimo constitucional, enquanto a Saúde teve uma "gordura"
de R$ 3 bilhões acima do mínimo constitucional.
A economia deverá encolher 1,2% em 2015 na comparação
com 2014, de acordo com estimativas do governo. A inflação, cuja meta era de
4,5%, deverá encerrar o ano em 8,26% portanto quase quatro pontos percentuais
acima do previsto.
O valor próximo de R$ 70 bilhões foi uma vitória
pessoal do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que defendeu a maior economia
possível em busca do reequilíbrio das contas públicas. Alguns setores do
governo defendiam uma tesourada menor, no valor de R$ 60 bilhões.
O corte é uma tentativa de o governo alcançar a meta
de superávit primário, a economia feita para o pagamento de juros da dívida
pública, de R$ 66,3 bilhões (1,2% do PIB), e assim garantir o grau de
investimento do País. O bloqueio do ano passado ficou em R$ 44 bilhões e, nos
anos anteriores, variou entre R$ 40 bilhões e R$ 55 bilhões.
Ajuste
fiscal.
Além do corte direto no orçamento, o governo também
trava uma batalha com o Congresso Nacional para tentar reduzir os gastos
públicos.
Estão tramitando no Senado Federal duas MPs (Medidas
Provisórias) que alteram as regras para a concessão de benefícios trabalhistas
e previdenciários como seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte e
auxílio-doença. As duas propostas já foram votadas na Câmara dos Deputados.
O governo reduziu em R$ 5 bilhões a previsão com
despesas com os programas seguro-desemprego e abono salarial, que são gastos
obrigatórios. Segundo fontes do governo, a redução das despesas é justificada
pela medida provisória 664, em discussão no Senado Federal.
O governo confia tanto na aprovação da medida que
reduziu no Orçamento a previsão de gastos com esses programas trabalhistas. A
MP 664 está a 10 dias de vencer e o governo precisa que o Senado aprove a
medida até o fim da semana que vem.
Um projeto de lei do Executivo que altera as alíquotas
de desonerações das folhas de pagamento também está sendo apreciada na Câmara.
O governo esperava economizar R$ 18 bilhões com as medidas, mas como os textos
foram alterados pelos parlamentares, o valor deve ficar entre R$ 14,5 e R$ 15
bilhões.
Fonte: Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário