terça-feira, 19 de maio de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 19 DE MAIO DE 2015

­­­COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

HISTÓRIA DOS CORRUPTOS É ELOQÜÊNCIA.

Nobres:
No Brasil de essência corrompida se proclamam de princípio nos mencionados figurões da política, Eduardo Cunha e Renan Calheiros foram os homens mais poderosos do Brasil, sob a desconfiança da maioria dos brasileiros e inclusive dos próprios colegas, porque assim desejavam dentro e fora do Congresso. Lembraremos que sempre foi assim. Que na mesma época em que Cunha e Calheiros mandavam, orientando as reações fortes do parlamento a qualquer gesto do governo, o senador Fernando Collor pedia a cassação do procurador-geral da República. Collor, o caçador de marajás que renunciou à Presidência em 1992 para não ser cassado e agora também envolvido na Lava-Jato pretende calar o chefe do Ministério Público que o denunciou ao Supremo. Cunha, Calheiros e Collor desfrutam de uma imunidade a que poucos podem almejar. São personagens a serviço não só do Congresso que os sustenta como comandantes, mas também de quem não pretende fazer nenhum esforço para que se afastem de onde estão. Para estes, é bom que lá estejam. Cunha a Calheiros foram feitos do mesmo barro que deu forma a Collor. Todos são aberrações. Estariam bem na periferia da política, vivendo das migalhas do baixo clero do Congresso e de suas atitudes quase sempre indecorosas. Mas são protagonistas. Collor tem muito a ensinar aos outros dois, como o alagoano foi uma construção perfeita. Certo jornalismo, tão zeloso de seus feitos, não pode renegar o crédito de ter ajudado a elaborar a figura de Collor como salvador. Em abril de 1987, o governador de Alagoas foi apresentado em reportagem do então poderoso Jornal do Brasil como o homem que poderia moralizar o país. “Como impetuoso lutador faixa-preta de karatê que é ele investe com golpes fulminantes e certeiros contra vários adversários ao mesmo tempo”. Pronto, tínhamos um jovem vigoroso e justiceiro para reconstruir a democracia. O jornalismo que procurava ficar longe de tanta ventania já previu que Collor era uma farsa. Os Cunhas e os Calheiros são criados e sobrevivem a tudo e como Collor afronta até o xerife que o investiga. Cunha e Calheiros são os furacões de hoje, dedicados a corromper as relações já precárias entre Congresso e governo. Se não tivessem utilidade para os fomentadores desse embate político destrutivo, já teriam sido mandados embora pela parceria, como aconteceu com Fernando Collor em 1992. É contínuo o cenário histórico neste aspecto.

Antônio Scarcela Jorge.

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