COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
FUNDO
PARTIDÁRIO É MAIS UMA “AVACALHAÇÃO”DO GOVERNO.
Nobres:
O governo me parece que não
acerta nunca com a contemplação do fundo partidário em que todo sociedade é
sabedora do incentivo a prática corrupta, sempre foi à direção para ações
escusas evidentemente para roubalheira imperativa que perdura por mais de uma
década. Na prática, o governo que está é vítima da própria contradição ao
contemplar os partidos com verbas oficiais que triplicam a cifra inicialmente
prevista no orçamento deste ano. É o pior momento para mimar os partidos com
tanta fartura, pelas circunstâncias que envolvem as estruturas da política nas
investigações sobre corrupção e pela decisão de que este será o ano da
austeridade. Serão R$ 867,5 milhões do Fundo Partidário, de recursos públicos
gerados por contribuições tributárias dos cidadãos. É uma incongruência da
presidente da República, que aceitou a elevação do valor ao se submeter às
pressões do Congresso. No momento em que o governo atravessa séria crise
financeira, e no contexto de insegurança econômica, em que todos são convocados
a participar dos sacrifícios pelo ajuste fiscal, triplicar a verba prevista soa
como uma afronta. A senhora Dilma Rousseff deveria ter resistido à chantagem do
Congresso, que mais uma vez impõe seus desejos. Os brasileiros não aceitam o
financiamento público de campanhas eleitorais, como pretendem os parlamentares
que estão vendo secar a fonte tradicional de recursos privados, como efeito da
Operação Lava-Jato. A ironia é que, com o desvendamento da corrupção na
Petrobras, o país ficou sabendo que grande parte das verbas das campanhas já
era pública, oriunda de recursos subtraídos da estatal. Com a
distribuição farta de dinheiro agora decidida, o governo acaba por levar
adiante, sumariamente, a ideia rejeitada pela sociedade, oficializando um amplo
financiamento público antes encoberto. O eleitor continua esperando que
aconteça o contrário e que as campanhas milionárias bancadas com dinheiro do
povo, sejam finalmente adequadas à realidade e à moralidade por está a vim.
Antônio Scarcela Jorge.
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