COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.
SEMPRE A ARROGÂNCIA DIANTE
DO PERIGO.
Nobres:
Retornando
por poucos anos o governo de Lula revela é que, a bordo de sua popularidade
estratosférica, ele se dava ao luxo de ocupar-se com questões comezinhas
enquanto o país surfava na volúpia mundial pelos produtos e mercados
brasileiros. É pouco provável que Lula saiba que é economia e a forma
direcional de empresas a fonte condutora da política cotidiana e que mexe com a
nação obviamente o seu povo. Transplantados para o Brasil, vários estágios que
paulatinamente revelariam os últimos 12 anos e o governo atual. - No “estágio um”-
o sucesso gera arrogância e o líder supõe que a escalada para o topo se deve
apenas a seus méritos. Foi quando Lula se achou o único responsável pelos anos
dourados do primeiro mandato e conseguiria manter a economia com o mérito
próprio que ele trouxe para si, que só os lulistas “do xiismo religioso” até
acreditam e ou são partidários da hipocrisia. No “estágio dois”-, há a chamada
busca indisciplinada por mais. Nesta fase, a organização cresce de qualquer
forma, queimando reservas, e os interesses pessoais se elevam acima dos
coletivos. Neste período do Brasil grande que emprestava dinheiro ao FMI, Lula
impôs sua candidata, uma servidora sem traquejo político. Até aqui, tudo bem: a
organização ou o país ainda resistem. A onça começa a beber água. - “no estágio
três”-, quando ocorre a negação de riscos e perigos. Nesta fase, os poderosos
são protegidos de más notícias por bajuladores que temem ser admoestados e os
membros da equipe, em vez de se unirem, se culpam pelos problemas. Com seu
estilo de gestão próprio a capatazes de minas do século 19, Dilma conduziu todo
o seu primeiro mandato nesta batida e chegou ao auge da negação durante a
campanha eleitoral. Cordial no trato pessoal espalhou terror nos subordinados
com suas broncas épicas. O resultado: enquanto a gerentona cuspia fogo pelos
corredores do palácio, nas sombras membros da corte se atiravam à lascívia em
cofres estatais. Dilma atravessou os três primeiros meses do segundo mandato no
“estágio quatro”: - a luta desesperada pela salvação, que inclui vender
promessas futuras para compensar um presente desastroso. Agora, Dilma e seu
governo encontram-se no “estágio cinco”, que pode ser tanto a entrega à
irrelevância ou à morte como a recuperação e renovação. Ao admitir que não seja
uma líder inspiradora e deixar quem entende cuidar da economia e da política, a
presidente acendeu um facho de esperança para seu governo. Para dar certo,
porém, Dilma terá de cortar muito mais na própria carne, agora antevendo a
iminência de seu próprio impeachment.
Antônio
Scarcela Jorge.
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