sábado, 18 de abril de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SÁBADO, 18 DE ABRIL DE 2015



COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.

DESASTRADO GOVERNO.

Nobres:
Este segundo governo de Dilma Rousseff não tem sido fácil para ela e muito menos para o país. Em pouco mais de três meses, a gestão da petista acumula turbulências e sobressaltos em diversas áreas, ao mesmo tempo em que a população sofre com a alta dos preços, com a inflação e com os primeiros sinais visíveis de desemprego em alguns setores de atividade. E tudo isso sem mudar o pano de fundo do cenário, que são os escândalos de corrupção, com evidência para o da Petrobras. Dilma recebeu uma herança maldita de si própria. No embalo da campanha eleitoral do ano passado, permitiu o aumento desmesurado dos gastos públicos e descuidou-se dos fundamentos da economia, que vinham sustentando a popularidade das administrações anteriores, incluindo os seus primeiros quatro anos no comando do país. A consequência é que começa o segundo mandato contrariando o discurso da campanha, promovendo um ajuste fiscal doloroso e fazendo verdadeira acrobacia política para garantir a sustentação parlamentar, a ponto de praticamente terceirizar o governo para o PMDB. Um breve balanço desses primeiros meses mostra por que a popularidade da presidente despencou vertiginosamente. Pressionada pela deterioração da economia, ela viu-se obrigada a colocar no ministério da Fazenda um gestor simpático ao mercado e malvisto pelos partidos de esquerda e pelos sindicatos que lhe davam apoio incondicional. E o ministro Joaquim Levy tem se mostrado inflexível no cumprimento da missão para a qual foi chamado, aplicando sem piedade o remédio amargo, mas necessário, segundo a ótica do governo a que se refere o tal ajuste fiscal. Na área política, os percalços da presidente têm sido ainda mais frequentes. O governo perdeu a eleição para a presidência da Câmara e se indispôs com o deputado Eduardo Cunha, que juntamente com seu correligionário Renan Calheiros, presidente do Senado, vem promovendo seguidas retaliações à mandatária. Para garantir o mínimo diálogo com o Congresso, a presidente praticamente se tornou refém do PMDB. Por conta desta animosidade política e de trapalhadas em programas educacionais importantes como o Pronatec e o Fies, acabou tendo que substituir o “aziago” ministro Cid Gomes, da Educação o que, reconheça-se, fez bem ao nomear para o seu lugar o filósofo Renato Janine Ribeiro. Antes disso, a presidente já havia sofrido forte desgaste por demorar a substituir sua amiga Graça Foster no comando da Petrobras.
A corrupção, o desgaste político e a instabilidade econômica geraram panelaços de descontentamento e manifestações de rua, polo gerador do descontentamento popular que ressuscitam o fantasma do impeachment num governo que recém está começando. Aguardamos naturalmente os acontecimentos.
Antônio Scarcela Jorge.

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