COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.
DESASTRADO GOVERNO.
Nobres:
Este segundo governo de Dilma
Rousseff não tem sido fácil para ela e muito menos para o país. Em pouco mais
de três meses, a gestão da petista acumula turbulências e sobressaltos em
diversas áreas, ao mesmo tempo em que a população sofre com a alta dos preços,
com a inflação e com os primeiros sinais visíveis de desemprego em alguns
setores de atividade. E tudo isso sem mudar o pano de fundo do cenário, que são
os escândalos de corrupção, com evidência para o da Petrobras. Dilma recebeu
uma herança maldita de si própria. No embalo da campanha eleitoral do ano
passado, permitiu o aumento desmesurado dos gastos públicos e descuidou-se dos
fundamentos da economia, que vinham sustentando a popularidade das
administrações anteriores, incluindo os seus primeiros quatro anos no comando
do país. A consequência é que começa o segundo mandato contrariando o discurso
da campanha, promovendo um ajuste fiscal doloroso e fazendo verdadeira
acrobacia política para garantir a sustentação parlamentar, a ponto de
praticamente terceirizar o governo para o PMDB. Um breve balanço desses
primeiros meses mostra por que a popularidade da presidente despencou
vertiginosamente. Pressionada pela deterioração da economia, ela viu-se
obrigada a colocar no ministério da Fazenda um gestor simpático ao mercado e
malvisto pelos partidos de esquerda e pelos sindicatos que lhe davam apoio
incondicional. E o ministro Joaquim Levy tem se mostrado inflexível no
cumprimento da missão para a qual foi chamado, aplicando sem piedade o remédio
amargo, mas necessário, segundo a ótica do governo a que se refere o tal ajuste
fiscal. Na área política, os percalços da presidente têm sido ainda mais
frequentes. O governo perdeu a eleição para a presidência da Câmara e se
indispôs com o deputado Eduardo Cunha, que juntamente com seu correligionário
Renan Calheiros, presidente do Senado, vem promovendo seguidas retaliações à
mandatária. Para garantir o mínimo diálogo com o Congresso, a presidente
praticamente se tornou refém do PMDB. Por conta desta animosidade política e de
trapalhadas em programas educacionais importantes como o Pronatec e o Fies,
acabou tendo que substituir o “aziago” ministro Cid Gomes, da Educação o que,
reconheça-se, fez bem ao nomear para o seu lugar o filósofo Renato Janine
Ribeiro. Antes disso, a presidente já havia sofrido forte desgaste por demorar
a substituir sua amiga Graça Foster no comando da Petrobras.
A corrupção, o desgaste político e a instabilidade econômica geraram panelaços de descontentamento e manifestações de rua, polo gerador do descontentamento popular que ressuscitam o fantasma do impeachment num governo que recém está começando. Aguardamos naturalmente os acontecimentos.
Antônio Scarcela Jorge.A corrupção, o desgaste político e a instabilidade econômica geraram panelaços de descontentamento e manifestações de rua, polo gerador do descontentamento popular que ressuscitam o fantasma do impeachment num governo que recém está começando. Aguardamos naturalmente os acontecimentos.
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