sexta-feira, 24 de abril de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA, 24 DE ABRIL DE 2015



COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

ENFIM O BRASILEIRO PARECE SER O EXECRADO.

Nobres:
A cada dia que passa o povo brasileiro parece ser o condenado pelos efeitos causados pela facção organizada encastelada no poder acompanhados pelos interesseiros, os “pseudo da intelectualidade”, fanática do petismo, que imaginam confrontar com a realidade do cenário deprimente que ora passa a sociedade brasileira. Por fatos evidentemente provados, quanto mais passam os anos e danos, e esse grande ferimento contra nosso país parece institucionalizar-se, os grandes condenados não são os corruptos, somos nós, de um sujeito que os tempos modernos sugerem cada vez menos passividade a sua oração. Youssef disse que a corrupção foi facilitada pela construção política do país. Mas isso não é do hoje, do ontem. É do além sempre. Essa construção superavitária de si foi construída por ela mesma. Existe algum grande Cristo que hoje colocaríamos na cruz, para pagar os pecados e dinheiro público que nos foi lesionado? Não há. Como disse Veríssimo, não há poesia que nos sustente neste momento. Vamos todos ser poetas e fingidores, como o imortal Pessoa, e tentar a fingir o que já sentimos? Não somos sujeitos neste país. Estamos sujeitos. A insegurança, aos faturamentos públicos, aos déficits morais. Nem mais o Brasil é sujeito de si mesmo, “o impossível feito possível”. E aqui o fizemos. A corrupção é a grande ação pública deste país. É o nosso grande progresso ante o tempo-espaço, e o esquecimento de nossa história. Mas não há como personificá-la. Temos como personificar o Estado como corrupto. Mas atribuições individuais, subjetividades, partidos, é o mesmo que falar num enrolamento lírico que somos cegos, e então conseguimos ver a escuridão. E até a escuridão neste país foi institucionalizada. A corrupção parece ter uma própria utopia de ação. Seríamos nós a antítese do mundo? Nós somos a negação, que torna verídico o existente. Num pós-modernismo, em que o mundo cria laços de conectividade, o Brasil se desata. Desata seu ato, desata - “nós” -. Coloquem a corrupção na cruz. Mas primeiro achem-na. Que não seja numa carência. Numa constituição, num martelo. Compreendam seu sujeito, que existe independentemente do tempo, e perpetua-se no poder independentemente de partidos. E a execraremos de uma nação, na sociedade comum que ela mesma abominou. E a julgaremos com a constituição que ela mesma ergueu. Atinaremos mas dizemos. Ela não está sujeita a sua constituição. Ela não está sujeita a ela própria. Ela não está sujeita a um fingimento deveras. Ela é o grande sujeito de nossa própria história. Talvez arranje a presidente ressuscitar.
Antônio Scarcela Jorge.

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