Segundo Gilberto Occhi, da Integração, número
pode subir para 100.
O ministro da Integração
Nacional, Gilberto Occhi, afirmou nesta quarta-feira (1º) que 56 cidades no
Nordeste estão em situação de "colapso" no abastecimento de água.
Segundo ele, mesmo após as chuvas, a situação dos reservatórios no Nordeste e
no Sudeste ainda é crítica.
Occhi participou de uma
entrevista coletiva com outros representantes do governo para apresentar os
dados sobre a segurança hídrica no país, principalmente nas regiões mais
críticas, após o período das chuvas, de outubro a março.
Ao falar sobre o Nordeste, Occhi
disse que há racionamento no fornecimento de energia nos municípios em colapso
e em, algumas cidades, a população tem serviço de abastecimento de água a cada
15 dias.
Inicialmente, ele havia dito que
cerca de 100 cidades estavam em situação de “colapso” hídrico. Questionado
sobre os detalhes, o ministro informou que, na realidade, 56 cidades do
Nordeste estão nessa situação. No entanto, segundo o ministro, o governo está
fazendo um levantamento, e o número pode subir para 105.
“Identificamos 56 cidades que
hoje estão em colapso, sendo atendidas pelas prefeituras ou pelos governos
estaduais. Nenhuma dessas é atendida pelo governo federal, mas como a situação
está se ampliando, o governo federal pediu um levantamento, e nós podemos
chegar, dentro de uma avaliação, ao número de 105 cidades que estão ou poderão
estar em colapso”, afirmou. A assessoria do Ministério da Integração Nacional
informou que a lista dos municípios em “colapso” hídrico “está sendo fechada”.
Conforme a pasta, os estados que têm cidades nessa situação são: Ceará (23),
Paraíba (15), Rio Grande do Norte (9), Bahia (5), Alagoas (2) e Pernambuco (2) As
chuvas passaram seu período de maior intensidade. “Temos uma permanente
preocupação com região Nordeste, por conta da escassez hídrica”. - Gilberto
Occhi, ministro da Integração Nacional.
"As chuvas passaram seu
período de maior intensidade. Temos uma permanente preocupação com região
Nordeste, por conta da escassez hídrica", continuou Occhi. Ele afirmou que
entre 6,5 mil e 7 mil carros-pipa têm fornecido água para as cidades da região.
Além do ministro, participaram da
coletiva a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o presidente da
Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, e o diretor do Centro Nacional de
Monitoramento e Alertas de Desastre Naturais, Carlos Nobre. Eles apresentaram à
imprensa as conclusões de uma reunião que fizeram mais cedo sobre a situação do
abastecimento de água no país.
Reservatórios.
A ministra do Meio Ambiente
chamou a atenção para a necessidade de a população economizar água. "As
pessoas têm que ter a consciência de que o fato de ter chovido muito, mesmo
entrando no período do inverno, ainda há o desafio de recuperar os reservatórios,
porque o que choveu não foi suficiente para recuperar os reservatórios",
ponderou Izabella Teixeira.
Ela comentou especificamente
sobre o nível do sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo. Segundo
ela, o volume de água retirado do Cantareira está em um terço do que é retirado
normalmente. Ao ressaltar as "condições atípicas", ela afirmou que
mesmo com as chuvas recentes, a recuperação do sistema será parcial. Ao avaliar
a situação dos reservatórios do Nordeste e do Sudeste, o presidente da Agência
Nacional de Águas, Vicente Andreu Guillo, disse que o quadro é “crítico”,
apesar das chuvas registradas em fevereiro e março.
Ele destacou a “recuperação” de
alguns reservatórios, como o do Sistema Cantareira, em São Paulo, mas enfatizou
que as vazões médias diárias ainda estão abaixo das médias históricas. Ele
ressaltou que o sistema responsável por abastecer a Grande São Paulo, por
exemplo, está com 11% do volume útil (excluindo a reserva técnica, chamada
volume morto). “Com a quantidade de água chegando aos reservatórios, os quadros
são de que todos os reservatórios continuam críticos. Ou seja, as medidas que
foram adotadas até aqui no controle da redução das vazões dos reservatórios e
dos rios devem ser mantidas e acompanhadas para que – dada a imprevisibilidade
em relação à chuva – possamos garantir segurança hídrica para as populações”,
disse.
Guillo citou ainda a
"recuperação significativa" do reservatório de Três Marias (MG), no
Rio São Francisco, com as chuvas dos últimos meses, mas disse que o percentual
de 20% de água ainda é "muito baixo". O presidente da ANA informou
também que a captação de água no rio Paraíba do Sul (RJ), com limite de 250
metros cúbicos por segundo, foi reduzida pela metade e chegou a 130 metros
cúbicos por segundo.
Sudeste.
Nobre afirmou que o volume de
chuva na última estação chuvosa no Sudeste, entre outubro do ano passado e
março deste ano, correspondeu a cerca de 75% da média histórica.
Segundo ele, na primeira parte da
estação, de outubro a janeiro, as chuvas ficaram bem abaixo da média. Em
fevereiro e março, porém, o índice normalizou"O quadro atual é: as chuvas
de outubro, período chuvoso, até março, foram em torno de 70% a 75% dos valores
médios históricos, com chuvas dentro da média nos meses de fevereiro e março e
muito abaixo da média de outubro a janeiro", enfatizou.
O diretor do centro de
monitoramento destacou que a última estação chuvosa no Sudeste, "ainda que
deficiente", foi "muito melhor" do que a do ano passado.
"Muito melhor, ainda que
deficiente, do que o período equivalente entre outubro de 2013 e março de 2014,
quando choveu cerca de 50% da média. [2014] foi o verão mais seco que há do
registro histórico do Sudeste", destacou Nobre. Plano Nacional de Adaptação. Segundo a ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira, o governo lançará ainda neste ano o Plano Nacional de
Adaptação, voltado para a segurança hídrica, ligado ao Grupo Interministerial
de Mudanças do Clima.
“No plano nos preocuparemos com a
agricultura, fornecimento de energia, oferta de água e abastecimento,
irrigação. Então, existe, sim, um trabalho sendo feito pelo governo há dois
anos e que não foi provocado pela atual seca", disse a ministra.
Ela afirmou que se reunirá com o
ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, para elaborar uma
campanha de uso consciente da água.
Fonte:
Agência O Globo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário