COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.
GOVERNO DESORIENTADO.
Nobres:
È deveras visível à desconexão
entre o governo e a base aliada que a presidente Dilma Rousseff esteja refém
dos partidos articulados como sendo governistas, é injustificável a trapalhada
do governo na troca do articulador político no Congresso concluída com a saída
do ministro Pepe Vargas e sua substituição pelo vice-presidente Michel Temer.
Havia coerência na ideia, supostamente sugerida pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, de colocar o ministro Eliseu Padilha, afinado com as lideranças
do Congresso e reconhecido negociador, no lugar do pouco eficiente Pepe Vargas.
O episódio, porém, acabou se prestando apenas para ressaltar ainda mais a falta
de habilidade política da presidente da República. E o fato é que, quase cem
dias depois de iniciado seu segundo mandato, Dilma Rousseff está longe de ter
garantido um diálogo objetivo e construtivo com o Congresso. Para complicar, o
convite precipitado, que magoou o ministro substituído e foi recusado pelo
titular da inexplicável pasta da Aviação Civil, acabou dando ainda mais margem
para mal-entendidos e descontentamentos. Ficou evidente, no episódio, a falta
de tato político da presidente na tentativa de atenuar a força do PMDB na
Câmara, que lhe tem imposto repetidas derrotas. E nada garante que as mudanças,
ao fortalecerem a presença do PMDB no governo, sejam capazes de reduzir a
resistência no partido sem criar ainda mais insatisfação no âmbito do PT. O único aspecto positivo da confusa mudança ministerial é o fato de o país se
livrar de uma das 39 pastas que sobrecarregam a administração e os contribuintes.
O país não deveria aguardar novas situações desse tipo para continuar fazendo o
necessário, que incluirá sempre a redução do tamanho da máquina pública. Em
consideração, se “desliza” a tudo que não dá certo.
Antônio Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário