Na terça-feira, moeda avançou 1,14% ante o real, a R$ 2,928 na venda.
O dólar opera em forte alta nesta
quarta-feira (4), e alcançou os R$ 3 no início desta tarde, segundo a Reuters.
Se encerrar o dia acima desse patamar, será a primeira vez que isto acontece
desde 16 de agosto de 2004, quando a moeda encerrou o dia vendida a R$ 3,0146.
Os mercados reagem à derrota do
governo pelo ajuste fiscal na noite de terça-feira, quando o presidente do
Congresso Nacional, Renan Calheiros, surpreendeu o Executivo com a rejeição
da medida provisória 669. Ao reduzir desonerações para
vários setores, a medida aumentaria a arrecadação do governo.
"Ninguém sabe onde o dólar
vai parar, é uma barbárie", resumiu, à Reuters, o gerente de câmbio da
corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.
"O dólar já estava em uma
tendência de alta em função dos fundamentos deteriorados. Agora, há esse 'a
mais', que é o cenário político conturbado dificultando a implementação do ajuste
fiscal", disse também à Reuters o analista da WinTrade Bruno Gonçalves,
que não tem expectativas de alívio no câmbio no curto prazo. Com isso, cresce a
ansiedade do mercado sobre o futuro do programa de intervenção do Banco Central
no câmbio.
Na terça-feira, o câmbio fechou a
R$ 2,928 na venda, maior nível desde 2 de setembro de 2004, quando foi a R$
2,940.
As vendas no varejo na zona do
euro cresceram em janeiro ao ritmo mais rápido desde maio de 2013, bem mais que
o esperado. Os dados foram vistos como o sinal mais recente da melhora da
confiança dos consumidores num bloco que busca superar a estagnação econômica.
No cenário interno, investidores
têm mostrado menor apetite por ativos brasileiros diante da perspectiva de que,
mesmo se o ajuste for bem-sucedido em resgatar a credibilidade da política
fiscal, a inflação no Brasil deve fechar 2015 acima de 7% e o país deve mostrar
contração econômica.
A pressão sobre o câmbio tem sido
corroborada também por ruídos sobre a intervenção do BC, que sinalizou que deve
rolar perto de 80% do lote de swaps cambiais (equivalente à venda de dólares no
mercado futuro) que vencem em 1º de abril, uma posição vendida de US$ 9,964
bilhões. Nos últimos meses, o BC fez rolagens integrais.
Segundo analistas, à medida que o
mês se aproximar do fim, investidores devem pressionar cada vez mais o BC a se
posicionar sobre o futuro do programa de ofertas diárias.
Nesta quarta, o BC dá
continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio nesta manhã, ofertando
até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólar, com
vencimentos em 1º de dezembro de 2015 e 1º de fevereiro de 2016.
Fonte:
Agência Globo.
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