SARNEY ACUSA JANOT DE 'VINGANÇA'
Roseana Sarney se diz 'perplexa' com inclusão de seu nome na lista de
investigados na Operação Lava-Jato.
São Luís. O
ex-senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) acusou ontem o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de agir por vingança ao incluir o
nome de sua filha e ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) na lista
de investigados por suspeita de envolvimento no esquema de propina revelado
pela Operação Lava-Jato.
Em coluna assinada no jornal
"O Estado do Maranhão", controlado pela família, Sarney disse que o
motivo da inclusão é a atribuição a ele sobre a recusa, pelo Senado, da indicação
do "cérebro e braço direito" de Janot, o promotor Nicolau Dino, para
o Conselho Nacional do Ministério Público. Sarney negou ligação com o fato.
"É justo o nosso direito de revolta pela injustiça", diz em seu
texto. Na sequência, cita a filha Roseana, "que está amargando o fel da
vingança, uma mistura de ódio e política".
Roseana será investigada porque o
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter repassado R$ 2 milhões em
2010 e R$ 1 milhão em 2008 à ex-governadora do Maranhão. Segundo Costa, os dois
pagamentos foram solicitados pelo ex-ministro das Minas e Energia de Dilma
Rousseff Edison Lobão.
"Ela nunca foi à Petrobras,
nunca teve nenhuma relação com o senhor Paulo Roberto, nem teve nenhum pleito
na Petrobras por firmas ou pessoas. Da Petrobras, só pediu, não pedindo, mas -
como dizia o padre Vieira - exigindo e protestando, a refinaria de Bacabeira a
que o Maranhão tem direito".
O ex-presidente criticou a
justificativa do procurador da República de que, apesar das divergências entre
as versões de Costa e do doleiro Alberto Youssef, delator do esquema, o
Ministério Público Federal considerou que havia elementos para a abertura do
inquérito contra Roseana.
O peemedebista afirmou ainda que
não foi a primeira vez que o procurador da República agiu com vingança em
"solidariedade" ao colega. Ele citou o pedido de intervenção federal
no Maranhão feito por Janot em 2014 e a "perseguição" a Roseana no
episódio dos presos em Pedrinhas.
Por meio de sua assessoria,
Roseana informou que ficou "completamente perplexa" e reiterou não
ter relação com Paulo Roberto nem com os fatos investigados na Operação
Lava-Jato.
Vice da Bahia pede desculpa por frase controversa.
Salvador. Após ganhar
notoriedade imediata ao comentar a inclusão de seu nome na lista de
investigados pela Lava-Jato, o vice-governador da Bahia, João Leão, resolveu
pedir "desculpas à sociedade" e àqueles que irão apurar seu caso.
Filiado ao PP, partido com o
maior número de políticos sob investigação nesta fase da operação por ser
ligado ao ex-diretor da Petrobras e agora delator Paulo Roberto Costa, Leão
causou sensação com sua frase de baixo calão. "Foram considerações feitas
num momento de profunda indignação e surpresa. Fiquei muito triste porque ao
longo de 28 anos de vida política jamais passei por tamanha crueldade. Peço
desculpas à sociedade", disse, em nota, ontem.
Em seguida, Leão diz ser inocente
e que irá provar isso na Justiça, além de desculpar-se especificamente com quem
irá investigá-lo e julgá-lo.
Defesa
O governador da Bahia, Rui Costa
(PT), definiu ontem como inadequada a declaração de seu vice-governador. Apesar
da ressalva, o petista defendeu a inocência de seu vice.
"No momento de dor e de
revolta você pode acabar pronunciando palavras que não sejam as mais adequadas",
disse Costa na manhã de ontem, durante evento em Salvador.
Fonte:
Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário