domingo, 8 de março de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - DOMINGO, 8 DE MARÇO DE 2015

COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.

EXPRESSAR A ÉTICA.

(É PEDIR MUITO!)

Nobres:
Pela importância natural que a indiscrição do País tenha se voltado para os nomes das dezenas de políticos com indícios de envolvimento no megaesquema de corrupção na Petrobras, relacionados nos pedidos de inquérito da Lava-Jato encaminhados pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os parlamentares mencionados, tanto no Congresso quanto na linha de sucessão presidencial, a sociedade tem o direito de saber e de cobrar não apenas a responsabilização penal e política, mas também o imediato afastamento dos envolvidos. Mais do que nomes, porém, o que precisa ser levado em conta é o que esses políticos fizeram de fato para se envolver num escândalo dessas proporções. Obviamente, ninguém pode ser prejulgado só pelo fato de estar sendo investigado. Ainda assim, é difícil para qualquer cidadão com um mínimo de bom senso imaginar que políticos envolvidos no desvio de expressivas quantias de dinheiro público possam atuar na própria CPI da Petrobras e em Conselhos de Ética do Congresso. O mesmo Senado com parlamentares envolvidos no escândalo dará a última palavra sobre o futuro integrante do STF, que fará parte da chamada Segunda Turma, responsável pelo julgamento dos parlamentares denunciados. O mais rumoroso episódio anterior envolvendo políticos com corrupção, O DO MENSALÃO mostrou o quanto esse tipo de caso costuma se arrastar, pela sua complexidade e pela ampla possibilidade de interposição de recursos. Por isso, paralelamente às providências em âmbito judicial, o Congresso também precisará fazer sua parte, afastando de seus quadros quem cometeu deslizes éticos, valendo-se de suas ambições políticas para embolsar propinas milionárias. Antes de condenar, é preciso conhecer com exatidão, respeitado o direito de defesa, a responsabilidade de cada um. Acreditamos não ser a hora de instar a irracional, mas, sim, de apurar irregularidades, responsabilizar os facínoras e isentar quem exerce com a verdadeira dignidade a representação que os cidadãos lhe outorgaram.
Antônio Scarcela Jorge.

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