Celso de Mello e Marco Aurélio chamaram demora de 'nefasta' e 'abusiva'.
Análise de ação no Supremo nesta quinta empatou e teve que ser suspensa.
Quatro ministros votaram pela
derrubada da norma por acharem que ela invadiu ceara da União, enquanto outros
quatro entenderam que ela era válida. Sem a indicação da presidente Dilma para
a vaga de Barbosa, o STF está com 10 dos 11 integrantes em atuação.
Na sessão desta quinta, os
ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli estavam ausentes, o que também impediu
um desfecho para o julgamento. Diante da necessidade de suspender a análise da
matéria, o ministro com mais tempo de atuação no STF, Celso de Mello, disse que
a “omissão” de Dilma está afetando o funcionamento da Corte.
“Essa omissão irrazoável e
abusiva da presidente da República está interferindo na qualidade dos
julgamentos”, afirmou. Marco Aurélio Mello concordou com o colega e reforçou as
críticas à presidente. “Veja como é nefasto atrasar-se a indicação de quem deve
ocupar a cadeira”, disse.
A aposentadoria
de Joaquim Barbosa foi publicada no final
de julho de 2014. Portanto, faz quase oito meses que o STF funciona com um
integrante a menos. A presidente também demorou em sua última indicação para
ministro da Corte, quando
escolheu Luís Roberto Barroso. O nome
do constitucionalista foi anunciado pelo Palácio do Planalto em maio de 2015,
seis meses depois da aposentadoria do ministro Carlos Ayres Britto.
Até o término do segundo mandato,
Dilma
indicará outros cinco ministros, além do substituto de Joaquim Barbosa, devido à aposentadoria compulsória. Até 2018,
deverão deixar a corte Celso de Mello (que completa 70 anos e se aposenta em
novembro de 2015), Marco Aurélio Mello (em julho de 2016), Ricardo Lewandowski
(maio de 2018), Teori Zavascki (agosto de 2018) e Rosa Weber (outubro de 2018).
As novas indicações serão
evitadas, porém, se o Congresso Nacional aprovar proposta
de emenda à Constituição que aumenta de 70 para 75 anos a aposentadoria compulsória para membros de tribunais superiores. O texto deverá ser
analisado na próxima semana pelo plenário da Câmara.
Fonte: Agência Globo.
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