quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ATÉ QUANDO A BLINDAGEM

 DILMA DEFENDE GRAÇA FOSTER E CRITICA POSSÍVEL BLOQUEIO DE BENS.

Presidente disse ser 'absurdo' colocar diretorias da Petrobras sob suspeita.
TCU estuda bloqueio em processo sobre compra da refinaria de Pasadena.

A presidente Dilma Rousseff criticou nesta sexta-feira (8) a possibilidade de o Tribunal de Contas da União bloquear os bens da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, em processo que busca apontar responsáveis pelo prejuízo com a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, em 2006.

Durante visita a trecho da ferrovia Norte-Sul em Iturama (MG), Dilma defendeu a executiva, ao ser questionado sobre a possibilidade de Graça Foster ter de se afastar da Petrobras caso tenha os bens indisponibilizados.

"A Graça Foster é uma pessoa íntegra e reconhecida tanto pelo governo quanto pelo mercado e não pode ser submetida a esse tipo de julgamento. É um absurdo colocar as diretorias da Petrobras nesse tipo de procedimento", disse a presidente.

Ela se referia a relatório aprovado pelo plenário do TCU no mês passado que aponta prejuízo de US$ 792,3 milhões com o negócio. Ao todo,
11 antigos e atuais executivos da Petrobras foram considerados suspeitos, mas por erro do tribunal, segundo o relator, ministro José Jorge, Graça Foster não foi inclusa na lista.

Na última quarta (6), José Jorge decidiu adiar o andamento do processo, que se aprovado, levaria ao bloqueio dos bens de Graça Foster. Essa medida visa garantir recursos para ressarcir a Petrobras, caso os executivos responsabilizados sejam condenados ao final do processo.

Em Minas, Dilma disse que umas das parcelas pequenas dos processos resultam no bloqueio de bens. "Esse processo é um processo pequeno, que apenas 0,05% deles tramitam no TCU pediram a indisponibilização dos bens. Como governo, nós não achamos que pese sobre a Graça Foster qualquer processo de irregularidade sequer", disse.

Na quinta, Graça Foster entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar que o TCU determine o bloqueio de seus bens. A decisão caberá ao ministro Gilmar Mendes.

Na sessão de quarta, o ministro José Jorge disse que Graça Foster já fazia parte da diretoria executiva da Petrobras, no cargo de diretora de Gás e Energia, durante o final das negociações que resultaram na compra, pela empresa brasileira, de 100% da refinaria. Ela assumiu o posto no lugar de Ildo Sauer, que já consta entre os suspeitos apontados na decisão do dia 23 e também teve os bens bloqueados.

Além do TCU, o negócio é alvo de investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), por suspeita de superfaturamento. A compra também é investigada por duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) no Congresso.

A aquisição de 50% da refinaria, por US$ 360 milhões, foi aprovada pelo conselho da estatal em fevereiro de 2006. O valor é muito superior ao pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões. Depois, a Petrobras foi obrigada a comprar 100% da unidade, antes compartilhada com a empresa belga. Ao final, aponta o TCU, o negócio custou à Petrobras US$ 1,2 bilhão.
Fonte: Agência O Globo.


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