Reservatórios receberam água equivalente a 38,04% da média histórica.
Situação eleva risco de um novo racionamento no país em 2015.
Situação eleva risco de um novo racionamento no país em 2015.
O volume de chuva que chegou aos
reservatórios das principais hidrelétricas do país em janeiro de 2015 foi o
mais baixo para o mês nos últimos 85 anos, apontam dados do Operador Nacional
do Sistema Elétrico (ONS) aos quais o G1
teve acesso.
De acordo com o órgão, a chuva registrada em janeiro foi equivalente a 38,04% da média para o mês, o pior índice do histórico, que começa em 1931.
De acordo com o órgão, a chuva registrada em janeiro foi equivalente a 38,04% da média para o mês, o pior índice do histórico, que começa em 1931.
Antes, o volume mais baixo havia
sido verificado em 1953, quando a chuva correspondeu a 44,6% da média
histórica.
Esse volume de água foi
registrado nas represas de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, que juntas
respondem por cerca de 70% da capacidade do país de gerar eletricidade.
Já é o terceiro ano seguido,
portanto desde 2013, em que os meses de janeiro são mais secos que o esperado.
No ano passado, a chuva foi equivalente a 53,43% da média histórica e, no ano
anterior, a 83,32%.
Estiagem em período úmido
A estiagem atinge o Centro-Oeste
e o Sudeste em pleno período úmido, que vai de novembro a abril, época em que
costuma chover mais nessas regiões.
O resultado é que, ao invés de
subir, como seria o esperado, os níveis de armazenamento dos reservatórios das
hidrelétricas instaladas ali têm caído.
No último dia 31 de janeiro,
essas represas estavam com armazenamento médio de 16,8% da capacidade total. Um
mês antes, em 31 de dezembro de 2014, esse índice era de 19,4%. Um ano atrás,
em 31 de janeiro de 2014, era de 40,3%, valor que já é considerado baixo para o
mês.
Essa situação vem gerando aumento
da preocupação quanto um possível novo racionamento de energia no país, como o
que foi decretado em 2001, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso. O governo Dilma Rousseff nega, por enquanto, que a medida seja
necessária.
O diretor-geral do ONS, Hermes
Chipp, disse em novembro que os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e
Centro-Oeste precisam chegar ao final de abril com armazenamento entre 30% e
35% para que o fornecimento de energia no país ao longo de 2015 esteja
garantido.
Especialistas ouvidos pelo G1 em janeiro, porém, apontaram que a
crise no setor elétrico é grave e que o governo
deveria adotar com urgência medidas para economizar energia. Na época, a consultoria PSR informou que já é superior a 50% o risco
de o país passar por um novo racionamento neste ano.
O Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico (CMSE), do governo federal, informou nesta quarta-feira (4) que
o risco de
faltar energia no Sudeste e Centro-Oeste atingiu em fevereiro o índice mais
alto dos últimos anos: 7,3%. Em janeiro, era de 4,9%.
Termelétricas no limite.
Devido ao baixo volume dos
reservatórios das hidrelétricas, o país tem usado com mais intensidade as
termelétricas, que geram energia por meio da queima de combustíveis como óleo e
gás. Hoje essas usinas atendem a cerca de 20% da demanda do país e estão no
limite.
Apesar de contribuírem para a
economia de água, as termoelétricas produzem energia mais cara, o que tem
provocado aumento nas contas de luz – já sentidos no bolso do consumidor.
Entretanto, se não fosse por elas, o país já estaria em racionamento.
Na terça (3), a Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel) autorizou os primeiros reajustes de 2015 e, no caso
de algumas distribuidoras, foi superior a 40%.
Reservatório / quanto representa da região
|
Em 03/02/2015 em %
|
Em 31/12/2014 em %
|
Em 31/01/2014 em %
|
Furnas (17,47%)
|
9,35
|
13,41
|
46,26
|
Nova Ponte (11,39%)
|
10,12
|
12,26
|
34,3
|
Emborcação (10,82%)
|
12,69
|
16,48
|
40,08
|
Itumbiara (7,89%)
|
10,4
|
13,89
|
29,26
|
Ilha Solteira/3 Irmãos (3,07%)
|
0
|
0
|
45,03 / 46,75
|
Marimbondo (2,72%)
|
10,66
|
17,14
|
28,59
|
São Simão (2,54%)
|
48,42
|
57,52
|
18,96
|
Água Vermelha (2,22%)
|
21,25
|
23,97
|
37,89
|
Mascarenhas de Moraes (2,18%)
|
16,54
|
21,69
|
75,85
|
Jurumirim (2%)
|
20,54
|
20,65
|
63,91
|
Capivara (1,95%)
|
22,77
|
23,18
|
65,17
|
Chavantes (1,63%)
|
19,32
|
19,43
|
52,71
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário