Renan nega ter feito negócios com Youssef: 'chance
zero', afirma senador.
À CPI, contadora disse que senador negociou R$ 25 milhões com doleiro.
Ele falou pela primeira vez sobre envolvimento em denúncias da Lava Jato.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comentou nesta segunda-feira (9) pela primeira vez sobre
denúncias que envolvem seu nome em supostas irregularidades investigadas pela
Operação Lava Jato. Em entrevista coletiva, o peemedebista negou ter feito
negócios com Alberto Youssef, ao contrário do que afirmou no ano passado a
ex-contadora do doleiro Meire Poza em depoimento à CPI mista da Petrobras.
Renan foi questionado durante a
entrevista sobre suposto encontro que ele teria tido com Youssef com o objetivo
de facilitar a negociação de debêntures dos Correios. A reunião foi relatada
por Meire Poza aos congressistas.
“A chance de que eu possa ter
tido encontro com essa gente é zero. Absolutamente zero, nenhuma chance”,
respondeu. “A chance de ter cometido algo nessa direção é absolutamente zero”,
enfatizou Renan, que foi reeleito presidente do Senado no dia 1º de fevereiro.
O senador ainda negou conhecer o
doleiro preso pela Lava Jato, acusado de comandar um esquema de corrupção que
atuava na Petrobras. “Não sei quem é, nunca ouvi falar, só pelos jornais o
desdobramento. Então, a chance é absolutamente zero”, destacou.
Desde que seu nome foi citado nas
investigações sobre suposto esquema de corrupção e pagamento de propina na Petrobras, em setembro, Renan Calheiros nunca
havia falado sobre o assunto. Ele se limitava a negar as acusações por meio de
sua assessoria de imprensa.
A contadora Meire Poza afirmou em
outubro de 2014, durante depoimento à CPI mista da Petrobras, que o doleiro
negociou com Renan uma operação financeira de R$ 25 milhões envolvendo o fundo
de pensão dos Correios, o Postalis.
De acordo com Poza, o doleiro
entrou em contato com o presidente do Senado para
acertar a compra pelo Postalis de R$ 25
milhões em debêntures emitidos pela empresa de turismo Marsans, da qual
Yousseff era sócio.
A contadora afirmou ainda que a
negociação nunca se concretizou porque Alberto Youssef foi preso dias depois do encontro com Renan.
Na época, a assessoria de
imprensa do Postalis informou que, por decisão "eminentemente
técnica", a compra de debêntures não foi realizada. “Não havia nada na
documentação analisada que pudesse ligar o papel aos senhores Paulo Roberto
Costa e/ou Alberto Youssef", informou o fundo.
Fonte: Agência Globo.
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