Governo elevou alíquota de contribuição previdenciária paga por
empresas.
Indústria diz que medida é 'retrocesso' e que pode gerar desemprego.
Indústria diz que medida é 'retrocesso' e que pode gerar desemprego.
"Essa brincadeira
[desoneração da folha] nos custa R$ 25 bilhões por ano, e vários estudos nos
mostram que isso não tem protegido o emprego. Tem que saber ajustar quando não
está dando resultado. Não deu os resultados que se imaginava e se mostrou
extremamente caro. A gente não está eliminando. Está reduzindo [o
benefício]", declarou Levy.
Em sua cruzada para atingir a
meta de superávit primário deste ano, de R$ 66,3 bilhões para todo o setor
público (governo, estados, municípios e empresas estatais), o ministro anunciou
que a desoneração da folha de pagamentos passará a ser menor.
Menos renúncia fiscal.
Segundo o ministro, em 2015, essa
medida vai resultar na economia de R$ 5,3 bilhões com renúncia fiscal (recursos
que o governo deixará de arrecadar). Em 2016, um ano fechado, a economia será
maior: R$ 12,8 bilhões.
Levy avaliou que, em um momento
em que a economia está se ajustando, as empresas também "vão ter de se
ajustar". O ministro declarou ter certeza que o
setor empresarial vai descobrir novos caminhos para continuar crescendo com menos transferências e renúncias fiscais do governo.
"A gente deve trabalhar para
ampliar a tributação do regime do simples. A gente está fazendo medidas que
facilitem as pessoas trabalharem. É assim que o Brasil vai crescer. O PAC vai
continuar sendo importante, mas a gente vai botar isso dentro de uma equação
financeira que seja sustentável", acrescentou o ministro da Fazenda.
A desoneração começou a ser
aplicada em 2011 e substituiu a folha de salários como base para a contribuição
previdenciária. Em 2014, ano eleitoral, a presidente Dilma Rousseff tornou o
benefício permanente, autorizando a ampliação dos segmentos beneficiados, hoje
em torno de 60%.
Entenda a nova medida.
A Medida Provisória 669 foi
publicada nesta sexta no "Diário Oficial da União" e elevou as
alíquotas de contribuição para a Previdência sobre a receita bruta das empresas. Quem pagava alíquota de 1% de contribuição previdenciária sobre a
receita bruta passa agora para 2,5%. Quem tinha alíquota de 2% vai para 4,5%. A
mudança começará a valer a partir de junho.
Levy explicou que o governo está
dando a opção, após as mudanças, de as empresas retornarem ao regime anterior –
com o pagamento de contribuição patronal de 20% para o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS). A escolha poderá ser feita pelas empresas em julho deste
ano e, nos anos subsequentes, nos meses de janeiro.
"Pelos nossos cálculos, com
alíquota de 2,5% proposta na MP, 40% das empresas e um número ainda maior de
empregos continuará a ser beneficiado pelo sistema de desoneração de folha de
pagamento, e as outras empresas não serão prejudicadas. Apenas voltarão para o
regime normal", disse o ministro.
Levy acrescentou que a expectativa
é que, com a mudança de alíquotas, 70 mil empresas vão voltar ao regime normal de pagamento de contribuição patronal.
"Mais da metade delas, 37
mil empresas, em princípio, estarão felizes em poder optar pelo regime anterior.
O sistema atual não é vantajoso para estas empresas. Outras 55 mil empresas
ficarão [no regime de desoneração da folha], mais de sete milhões de
pessoas", afirmou.
Menos benefício para exportador.
O governo também anunciou nesta
sexta a redução
dos benefícios para exportadores de produtos manufaturados. A alíquota do Reintegra, programa que "devolve" aos
empresários uma parte do valor exportado em produtos manufaturados por meio de
créditos do PIS e Cofins, cairá de 3% para 1%.
A medida foi anunciada justo no
momento em que o governo está finalizando um pacote para estimular as
exportações brasileiras.
Indústria fala em 'retrocesso'.
Representantes da indústria criticaram
o aumento da tributação. A Confederação Nacional da
Indústria (CNI) classificou a medida de "retrocesso para a competitividade"
e avalia que haverá consequências inclusive para a manutenção de empregos.
Para a Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (FIESP), "na prática, o governo acaba com o
programa de desoneração da folha de pagamento".
Outras medidas de ajuste.
Para tentar atingir as metas
fiscais, a nova equipe econômica anunciou uma série de medidas nos últimos
meses. Entre elas estão mudanças nos benefícios sociais, como
seguro-desemprego, auxílio-doença, abono salarial e pensão por morte, que ainda
têm de passar pelo crivo do Congresso Nacional.
Além disso, também subiram os juros do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor produtivo, como forma de diminuir o pagamento de subsídios pelo governo.
Além disso, também subiram os juros do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor produtivo, como forma de diminuir o pagamento de subsídios pelo governo.
Outra medida foi a alta do IPI para
automóveis no início deste ano, além do aumento de tributos sobre a gasolina,
operações de crédito e cosméticos. O Ministério do Planejamento, por sua vez,
anunciou a redução dos limites temporários de empenho para gastos no orçamento
de 2015 e, mais recentemente, o bloqueio de restos a pagar. No início deste
ano, o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, havia confirmado que
não haverá mais repasses do governo ao setor elétrico, antes estimados em R$ 9
bilhões para este ano, o que deverá elevar ainda mais a conta de luz, que pode
ter aumento superior a 40% em 2015.
Fonte: Agência Globo.
OPINIÃO.
“A economia é o pulsor de cada brasileiro, que sente agora os desacertos da equipe econômica para encontrar soluções imediatistas e me parece sem planejamento. A pouco anos, nos "loiros" da conjuntura internacional, onde se "respirava" a segmento de estabilidade econômica especialmente nas "republiquetas" do continente sul-americano.
"O mentiroso" arrogava méritos eminentemente pessoal para o sucesso imediato na economia. Entretanto, fometado pelas inverdades, um padrão do cotidiano que nos atormenta.
Eles estão de brincadeira com o povo brasileiro! ”
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