COMENTÁRIO.
Scarcela
Jorge.
ENCONTRAR-SE SUCUMBINDO.
Nobres:
No que pulsa à corrupção, intolerável
é a reação do PT que brande entre a leniência e a máxima ademarista do “rouba,
mas faz”. O titular desta postura invertebrada é o ex-presidente Lula. Foi ele
quem, sob o impacto da primeira denúncia do mensalão, se disse “traído” para,
anos depois, afirmar que tudo havia sido uma “invenção”. Agora, no escândalo da
Petrobras, novamente, ao invés da indignação diante de uma roubalheira cujas
cifras extrapolam a imaginação dos mortais, o que temos é a produção de um
discurso solerte, direcionado à mentes cansadas, que sugere uma “armação” da
direita e da mídia contra o PT. A morte do partido que já encarnou o sonho de
dignidade e justiça no Brasil é atestada por este discurso e pela ausência de
qualquer movimento sério no sentido de expurgar da legenda a máfia que nela se
abrigou. Estamos diante de uma tristeza e de uma derrota de proporções
históricas construída meticulosamente pelo pragmatismo desvairado, por pequenas
vilanias cotidianas e pelo abandono da coragem cívica. O PT virou um partido
vocacionado ao oportunismo. E o que os petistas dizem diante de algo
semelhantes que vão desde a roubalheira promovida por mensalões e Petrobrás? - Nada.
- Porque nada têm a dizer sobre qualquer coisa de importante há muito tempo,
porque abdicaram de disputar ideias e projetos, porque a máquina partidária se
transformou em um moedor de carne que espanta a independência, a inteligência e
a dignidade. Claro que há pessoas no PT que ainda se indignam e até mesmo se
envergonham. Para elas, há a esperança de que algo possa mudar e que o PT seja
capaz de se renovar moralmente. É uma pena dizê-lo, mas não há um só indício
que suporte tal pretensão. Tenho mais algo a dizer em função dos acontecimentos
do cotidiano que nos envergonham.
Antônio Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário