COMENTÁRIO.
Scarcela
Jorge.
INFLAÇÃO REAL DO COTIDIANO.
Nobres:
Por sermos coerentes com as
nossas análises em relação ao atual governo que está formalmente aí, por cerca
de dez anos, embora a afoiteza religiosa dos petistas, aqueles oriundas
especialmente da classe média alta que se proclama incisivamente estabelecendo
utopias, evidentemente se distanciam do cotidiano vivenciado pelas classes
majoritárias da população, por ajustar neste contexto expressamos um fator
econômico sempre envolvido em graves crises, mas que parecia afastado do
cenário brasileiro, volta a preocupar a todos. A inflação apresenta-se como um
complicador para uma crise de confiança acumulada nos últimos anos, por conta
de sucessivos erros na condução da economia, da estagnação e dos efeitos da
sucessão de escândalos de corrupção. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) ficou em 1,24% em janeiro, o mais alto nível desde fevereiro de 2003, e
fechou em 7,14% no acumulado de 12 meses. Foi-se a meta oficial, junto com as
expectativas de quem ainda esperava um refluxo na tendência de alta de itens básicos,
em especial dos alimentos. O número é resultado de pressões exercidas também
por reajustes nos aluguéis e nas tarifas de energia elétrica e dos ônibus
urbanos e nos pequenos municípios brasileiro cuja população sobrevive do Bolsa
Família o principal elo de sustentação política dos governos lulistas, transformou
no verdadeiro “curral eleitoral da modernidade petista. o reflexo iminente na
economia doméstica, coloca em risco a veneração a “deusa” Dilma. A inflação é
um desequilíbrio ameaçador, em especial em países como o Brasil, que conviveu
por décadas com o descontrole de preços. A estabilidade conquistada na segunda
metade dos anos 90 afastou dos brasileiros a corrosão de renda, a
imprevisibilidade e o tormento de viver sob a pressão de ter de comprar já o
que talvez não mais pudesse ser adquirido no dia seguinte. O risco de retorno
desse tormento está presente, não só nos indicadores, mas no dia a dia. São as
donas de casa o melhor termômetro de um cenário que, infelizmente, parecia ter
se distanciado da vida dos assalariados. Na mercearia, na feira, no pagamento
de contas compulsórias, como água, luz e telefone, são elas que percebem que a
renda da família compra e paga cada vez menos. O efeito disso, além da perda da
capacidade de consumir bens, lazer e cultura, é o sentimento de que o país não
se livrou completamente da inflação. Frustram-se as expectativas criadas pelo
próprio governo, que no ano passado esperava um IPCA de 4,5% e viu o índice
ficar em 6,41, perto do teto de 6,5%, o mesmo a ser perseguido como o máximo
tolerável em 2015. Para agravar, do conjunto de situações desfavoráveis fazem
parte também outras formas de subtração dos ganhos da chamada classe média,
como a não correção da tabela do Imposto de Renda de acordo com a inflação,
que não para de subir, e, para quem consegue guardar parte do que recebe todo
mês, o baixo rendimento da poupança. O momento é, por isso tudo, gerador de
pessimismos que exigem atenção do governo. Após os erros da omissão decorrente
em boa parte dos adiamentos provocados pela campanha eleitoral, efetivamente
transformou em “balcão de negociatas” sob o olhar comprazente por elementos da
Justiça Eleitoral que foi comandada por “um aliado formal e vitalício do petismo”. Diante de um quadro constrangedor
jamais visto na história política do país, que consagra a corrupção está sendo
difícil ser assimilada pela sociedade brasileira para que a nova equipe
econômica for implicitamente rigorosa no cumprimento das medidas anunciadas,
como o ajuste inflexível das contas públicas e a adoção de ações capazes de
retomar crescimento, credibilidade e estabilidade ainda agravada pela
desenfreada roubalheira de seus adeptos do partido e, da base “alugada” do
governo.
Antônio Scarcela Jorge.
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