terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 10 DE FEVEREIRO DE 2015

COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.

INFLAÇÃO REAL DO COTIDIANO.

Nobres:
Por sermos coerentes com as nossas análises em relação ao atual governo que está formalmente aí, por cerca de dez anos, embora a afoiteza religiosa dos petistas, aqueles oriundas especialmente da classe média alta que se proclama incisivamente estabelecendo utopias, evidentemente se distanciam do cotidiano vivenciado pelas classes majoritárias da população, por ajustar neste contexto expressamos um fator econômico sempre envolvido em graves crises, mas que parecia afastado do cenário brasileiro, volta a preocupar a todos. A inflação apresenta-se como um complicador para uma crise de confiança acumulada nos últimos anos, por conta de sucessivos erros na condução da economia, da estagnação e dos efeitos da sucessão de escândalos de corrupção. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 1,24% em janeiro, o mais alto nível desde fevereiro de 2003, e fechou em 7,14% no acumulado de 12 meses. Foi-se a meta oficial, junto com as expectativas de quem ainda esperava um refluxo na tendência de alta de itens básicos, em especial dos alimentos. O número é resultado de pressões exercidas também por reajustes nos aluguéis e nas tarifas de energia elétrica e dos ônibus urbanos e nos pequenos municípios brasileiro cuja população sobrevive do Bolsa Família o principal elo de sustentação política dos governos lulistas, transformou no verdadeiro “curral eleitoral da modernidade petista. o reflexo iminente na economia doméstica, coloca em risco a veneração a “deusa” Dilma. A inflação é um desequilíbrio ameaçador, em especial em países como o Brasil, que conviveu por décadas com o descontrole de preços. A estabilidade conquistada na segunda metade dos anos 90 afastou dos brasileiros a corrosão de renda, a imprevisibilidade e o tormento de viver sob a pressão de ter de comprar já o que talvez não mais pudesse ser adquirido no dia seguinte. O risco de retorno desse tormento está presente, não só nos indicadores, mas no dia a dia. São as donas de casa o melhor termômetro de um cenário que, infelizmente, parecia ter se distanciado da vida dos assalariados. Na mercearia, na feira, no pagamento de contas compulsórias, como água, luz e telefone, são elas que percebem que a renda da família compra e paga cada vez menos. O efeito disso, além da perda da capacidade de consumir bens, lazer e cultura, é o sentimento de que o país não se livrou completamente da inflação. Frustram-se as expectativas criadas pelo próprio governo, que no ano passado esperava um IPCA de 4,5% e viu o índice ficar em 6,41, perto do teto de 6,5%, o mesmo a ser perseguido como o máximo tolerável em 2015. Para agravar, do conjunto de situações desfavoráveis fazem parte também outras formas de subtração dos ganhos da chamada classe média, como a não correção da tabela do Imposto de Renda de acordo com a inflação,  que não para de subir, e, para quem consegue guardar parte do que recebe todo mês, o baixo rendimento da poupança. O momento é, por isso tudo, gerador de pessimismos que exigem atenção do governo. Após os erros da omissão decorrente em boa parte dos adiamentos provocados pela campanha eleitoral, efetivamente transformou em “balcão de negociatas” sob o olhar comprazente por elementos da Justiça Eleitoral que foi comandada por “um aliado formal e vitalício  do petismo”. Diante de um quadro constrangedor jamais visto na história política do país, que consagra a corrupção está sendo difícil ser assimilada pela sociedade brasileira para que a nova equipe econômica for implicitamente rigorosa no cumprimento das medidas anunciadas, como o ajuste inflexível das contas públicas e a adoção de ações capazes de retomar crescimento, credibilidade e estabilidade ainda agravada pela desenfreada roubalheira de seus adeptos do partido e, da base “alugada” do governo.
Antônio Scarcela Jorge.

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