Medida era estudada como forma de economizar energia.
Horário de verão tem previsão de término em 22 de fevereiro.
Horário de verão tem previsão de término em 22 de fevereiro.
O ministro de Minas e Energia,
Eduardo Braga, disse nesta quarta-feira (11) que o governo desistiu de estender
o horário de verão.
O governo estudava ampliar em um
mês o horário de verão, que está
em curso desde o dia 19 de outubro com previsão de término em 22 de fevereiro, para economizar energia. A possibilidade foi
analisada diante do cenário atual de crise
do setor elétrico e com os índices de chuva abaixo do esperado nos últimos
meses.
O horário de verão está em curso
em onze estados das regiões Sul e Sudeste, mais o Distrito Federal. O governo
espera reduzir em 4,5% o consumo de energia no horário de pico.
Em entrevista ao Jornal Nacional
na última quinta-feira (5), Braga afirmou que, para enfrentar o problema da
falta de chuvas, contará com a energia gerada pela termelétrica de Uruguaiana,
no Rio Grande do Sul, que tem potência instalada de 640 megawatts.
Em 2013, o governo afirmou que só
recorreria à energia de Uruguaiana em caso de extrema necessidade. Para a
termelétrica entrar em operação, a Argentina tem que autorizar a utilização de
um gasoduto. A empresa responsável por Uruguaina afirmou que espera para este
mês o fornecimento de gás para a usina voltar a funcionar.
O ministro também confirmou que a
partir de primeiro de março, as distribuidoras vão lançar uma campanha de
conscientização para economia energia.
Economia de água.
Para especialistas do setor
elétrico, a economia de água dos reservatórios das hidrelétricas, apesar de
pequena, é importante diante do cenário de crise. “Essa economia [de 0,4%] não
é de se jogar fora diante da atual circunstância”, diz Roberto Brandão, pesquisador
do Grupo de Estudos.
“Os benefícios não são gigantescos, mas ainda são significativos, continua valendo a pena. Qualquer economia de água dos reservatórios é válida”, diz o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales. do Setor Elétrico (Gesel), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Os benefícios não são gigantescos, mas ainda são significativos, continua valendo a pena. Qualquer economia de água dos reservatórios é válida”, diz o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales. do Setor Elétrico (Gesel), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
De acordo com dados do Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entre
2010 e 2014 o horário de verão resultou em economia de R$ 835 milhões para os
consumidores, devido à eletricidade que deixou de ser gerada pelo uso da luz do
sol. Para a edição 2014/2015 do horário de verão, a economia estimada
inicialmente é de R$ 278 milhões, 31% menos do que na edição passada (R$ 405
milhões). Esses valores, porém, são muito pequenos diante dos gastos do setor
elétrico e não chegam ter impacto nas contas de luz.
Benefícios.
O governo alega que o horário de
verão evita investimentos de cerca de R$ 4 bilhões ao ano, com mais geração e
sistemas de transmissão de eletricidade. Segundo o Ministério de Minas e
Energia, ele permite um melhor aproveitamento da luz solar e “maior racionalidade
no uso da eletricidade.”
Outra vantagem, diz o ministério,
é o aumento da segurança do sistema elétrico e maior flexibilidade para a
realização de manutenções, além de redução da pressão sobre o meio ambiente e
nas tarifas cobradas pelo serviço. O horário de verão foi aplicado no Brasil
pela primeira vez no verão de 1931/1932.
Consumo na ponta.
Consumo na ponta.
Entretanto outro efeito do
horário de verão, que é o de evitar picos de consumo de energia no chamado
horário de ponta (entre 18h e 21h), “perdeu um pouco da relevância” nos últimos
anos, aponta Roberto Brandão, da UFRJ.
Por conta do aumento no uso do
ar-condicionado no país, mais recentemente os picos de consumo de eletricidade
durante o verão começaram a ser registrados no início ou meio da tarde, entre
14h e 16h.
No passado, esse pico era
registrado entre 18h e 21h, devido ao aumento do consumo gerado pelo uso de
eletrodomésticos quando as pessoas saem do trabalho e voltam para as suas
casas, junto com a iluminação pública nas cidades.
“Nos últimos anos, o horário de
verão perdeu um pouco da sua relevância porque houve mudança no padrão de
horário de ponta no Brasil”, diz o pesquisador. Ele aponta, porém, que continua
sendo importante equilibrar a demanda por energia no fim do dia.
Para o professor de engenharia
elétrica da Universidade de Brasília (UnB), Rafael Shayani, o horário de verão
continua sendo importante para “evitar a sobrecarga” do sistema elétrico
durante o verão e até mesmo apagões. “O horário de verão é necessário na medida
em que a demanda por energia no Brasil está crescendo e o setor elétrico não
consegue acompanhá-la. Ela visa evitar um apagão”, diz ele.
Fonte: Agência O Globo.
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