COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge*
REGALIAS PARA OS DEPUTADOS - “SALIVA” PARA O
POVO.
Nobres:
O Brasil tem como padrão a
sacanagem por parte dos nossos representantes do poder legislativo em comunhão
com o poder executivo, “corrupto por excelência” em que a maioria sensata e
isenta de interesses da cidadania vem reprovando insistentemente ao surgir no
cenário cotidiano do nosso pobre e corrupto país. Tudo se refere ao pacote de
vantagens para parlamentares anunciado nesta semana pelo presidente da Câmara
Federal causa compreensível indignação nos demais brasileiros no momento em que
a inflação dispara, os preços sobem e todos se veem na contingência de “apertar
os cintos”. Por mais que se queira valorizar o Legislativo como poder
indispensável para o funcionamento da democracia, não há como deixar sem
crítica tamanha insensibilidade. Fazem parte dos benefícios anunciados pelo
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) o famigerado auxílio-moradia, o aumento da
verba de gabinete, a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar e a liberação
de passagens aéreas para cônjuges de deputados (e outros; qual o atalho para se instar?) que custarão R$ 112,7
milhões aos cofres públicos, apenas neste ano. As novas medidas entrarão em
vigor emblematicamente no dia 1º de abril data folclórica, que evidencia ainda
mais o descompasso entre os cidadãos que pagam impostos e os políticos que os
representam. Debitar na conta do contribuinte as passagens para maridos e
esposas soa tão acintoso, que parlamentares de vários partidos já anunciaram
que abrirão mão da prerrogativa. Garante Eduardo Cunha que não está havendo reajuste, mas apenas correção
inflacionária (a modo da base "alugada" do governo) para que os parlamentares possam pagar condignamente os
servidores de seus gabinetes. Cada deputado passará a contar com R$ 92 mil
mensais para contratar e pagar funcionários. Tal argumentação até poderia ser aceita
se o país não estivesse passando por uma crise econômica, em que todos os
setores da sociedade estão sendo chamados a adotar medidas de austeridade. O
mandato não pode ser utilizado para livrar seus portadores do sacrifício
coletivo. Não há como avaliar um poder legislativo que infelizmente foi
colocado pelo povo insensato e corrupto seja que classe econômica for para isto
não existe qualidade em certos termos de contestação é patronado
isotopicamente.
*Antônio Scarcela Jorge.
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