Autoridades mencionadas na Lava Jato só podem ser investigadas no STF.
O ministro Teori Zavascki, do
Supremo Tribunal Federal, deferiu pedido da Procuradoria-Geral da República no
último dia 5 para que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento
da Petrobras Paulo Roberto Costa sejam ouvidos novamente para dar
esclarecimentos adicionais sobre citações feitas nas delações premiadas em
relação a autoridades com foro privilegiado. A decisão do ministro foi
confirmada nesta terça (10) pelo STF.
Em dezembro do ano passado, o
jornal "O Estado de S. Paulo" informou que Costa havia mencionado no
processo de delação os nomes de 28
políticos que teriam se beneficiado do esquema
de corrupção na estatal.
Já o doleiro Alberto Youssef disse
também em seu processo de delação, que a corrupção partia de "agentes
políticos e públicos". Na circunstância, porém,
o doleiro negou chefiar organização criminosa investigada pela Lava Jato.
A intenção é checar as
informações dadas por ambos nas delações e que fazem parte do acordo já
firmado. Não se tratam de fatos novos porque, para isso, seria necessário ter
um inquérito aberto.
Depois que os depoimentos,
chamados oitivas, forem realizados, os procuradores ainda vão concluir os
pedidos de abertura de inquérito contra políticos no Supremo. Por conta disso,
os pedidos só deverão ser enviados pelo procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, ao Supremo depois do carnaval.
No início deste mês, Zavascki
decidiu dividir em
42 partes os depoimentos prestados por Paulo Roberto
Costa e Youssef. Na prática, significa que em todas essas partes foram
mencionadas autoridades com prerrogativa de foro, como deputados, senadores e
ministros. Essas autoridades somente podem ser investigadas no STF.
No fim de dezembro, Janot,
responsável por eventuais denúncias contra políticos, pediu que o Supremo
autorizasse a divisão dos depoimentos, a fim de facilitar as investigações da
PGR, o que o ministro Zavascki concedeu durante o recesso do Judiciário. O
desmembramento permitirá dar início às investigações dos políticos.
Nas delações, Costa e Youssef
citaram nomes de políticos que teriam participado de esquema de corrupção na
Petrobras. Mais de 30 nomes teriam sido citados.
As 42 partes podem não
necessariamente significar que 42 parlamentares serão investigados. Pode haver
mais de um nome citado em um trecho da delação. O procurador poderá ainda
arquivar outros nomes citados.
Fonte: Agência O Globo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário