quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

REITERAR NA JUSTIÇA

 ZAVASCKI AUTORIZA NOVOS DEPOIMENTOS DE YOUSSEF E PAULO ROBERTO COSTA.

Eles devem ser ouvidos novamente sobre citações de políticos em delação.

Autoridades mencionadas na Lava Jato só podem ser investigadas no STF.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, deferiu pedido da Procuradoria-Geral da República no último dia 5 para que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa sejam ouvidos novamente para dar esclarecimentos adicionais sobre citações feitas nas delações premiadas em relação a autoridades com foro privilegiado. A decisão do ministro foi confirmada nesta terça (10) pelo STF.

Em dezembro do ano passado, o jornal "O Estado de S. Paulo" informou que Costa havia mencionado no processo de delação os nomes de 28 políticos que teriam se beneficiado do esquema de corrupção na estatal.

Já o doleiro Alberto Youssef disse também em seu processo de delação, que a corrupção partia de "agentes políticos e públicos". Na circunstância, porém, o doleiro negou chefiar organização criminosa investigada pela Lava Jato.

A intenção é checar as informações dadas por ambos nas delações e que fazem parte do acordo já firmado. Não se tratam de fatos novos porque, para isso, seria necessário ter um inquérito aberto.

Depois que os depoimentos, chamados oitivas, forem realizados, os procuradores ainda vão concluir os pedidos de abertura de inquérito contra políticos no Supremo. Por conta disso, os pedidos só deverão ser enviados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo depois do carnaval.

No início deste mês, Zavascki decidiu dividir em 42 partes os depoimentos prestados por Paulo Roberto Costa e Youssef. Na prática, significa que em todas essas partes foram mencionadas autoridades com prerrogativa de foro, como deputados, senadores e ministros. Essas autoridades somente podem ser investigadas no STF.

No fim de dezembro, Janot, responsável por eventuais denúncias contra políticos, pediu que o Supremo autorizasse a divisão dos depoimentos, a fim de facilitar as investigações da PGR, o que o ministro Zavascki concedeu durante o recesso do Judiciário. O desmembramento permitirá dar início às investigações dos políticos.

Nas delações, Costa e Youssef citaram nomes de políticos que teriam participado de esquema de corrupção na Petrobras. Mais de 30 nomes teriam sido citados.

As 42 partes podem não necessariamente significar que 42 parlamentares serão investigados. Pode haver mais de um nome citado em um trecho da delação. O procurador poderá ainda arquivar outros nomes citados.
Fonte: Agência O Globo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário