João Batista Pontes.
A DERROCADA DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL EM CRATEÚS –
COMO MINIMIZAR OS PREJUÍZOS ECONÔMICOS E SOCIAIS?

a) Falta de compromisso social e de seriedade do grupo envolvido que, tudo leva a crer, foi mais um dos tantos arranjos empresariais que se constituíram neste País, sob os auspícios dos governantes, visando apropriar-se do patrimônio público, por meio da obtenção incentivos fiscais, isenção de impostos, financiamentos de organismos públicos (BNDES, BNB e Fundos Constitucionais – FNE, FCO e FNO, entre outros), doações de terras públicas, facilidades e garantias para colocação da produção no mercado etc;
b) A perda pela Ecodiesel, em 2009, do “selo combustível social”, a partir de avaliação do Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA de que a empresa não estava contribuindo para a inclusão social dos agricultores familiares, requisito exigido para a concessão do selo. Este fato impediu a empresa de continuar obtendo contratos para comercialização do biodiesel nos leilões da Agência Nacional de Petróleo - ANP e foi, sem dúvida, o principal fator que provocou o fechamento da usina;
c) A falta de compromisso da
maioria dos pequenos agricultores da região para intensificar a produção da
mamona, decorrente da baixa rentabilidade da atividade, da insuficiência do
incentivo concedido pelo Governo do Estado - que nunca chegou a inspirar
certeza de continuidade aos produtores -, e da deficiência da assistência técnica.
Isto levou à pouca produção local de matéria-prima para operação da usina e
motivou a crescente necessidade de importação de soja produzida em outros
Estados.
Tudo isto é muito lamentável e poderia ter sido evitado se os governantes tivessem mais cuidado no planejamento e responsabilidade no apoio à produção dos pequenos agricultores – fornecimento de sementes, assistência técnica, desenvolvimento de pesquisa para aumento da produtividade, aumento da renda gerada para o agricultor, disponibilização de água, financiamentos atrativos para os produtores, entre outras ações. O que fazer? Com a palavra as autoridades do Estado e dos Municípios prejudicados, vez que os pequenos agricultores permanecem desorganizados e sem qualquer força reivindicatória. Na verdade, hoje sabe-se que a mamona não pode ser usado para esta finalidade, vez que o seu óleo tem um valor muito superior ao biodiesel.
*João Batista Pontes – novarrussense –geólogo–matemático–escritor–jornalista–bacharelando
em Direito. Funcionário inativo do Senado Federal – reside em Brasília DF.
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