sábado, 14 de fevereiro de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SÁBADO, 14 DE FEVEREIRO DE 2015

 COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.

DESVIRTUADA PELA HISTÓRIA.

Nobres:
Após a redemocratização imaginávamos ser o PT sendo o único de coerência e essência ideológica. Uma fonte promovida por políticas sãs. Na veridicidade, outras agremiações partidárias eram sucedâneos informais, evidentemente sequencias dos maus costumes da política brasileira, até mesmo antes do regime militar. Ledo engano! Esta “inovação” principiou tudo o que não presta no cenário vergonhoso da política nacional, enxovalhando conceitos éticos, abençoando a corrupção que ensejou o “mensalão e a Petrobrás” uma história negativa para o país dos nossos dias. Entre as diversas razões que o povo execra encontra a coincidência cronológica entre o depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, à Polícia Federal e a comemoração dos 35 anos da criação do Partido dos Trabalhadores intensificou uma discussão interna entre as lideranças petistas. Afinal, quem mudou? Foi a oposição ao PT que se tornou mais eficaz ou foi o próprio partido que se fragilizou? Se o responsável pelo envolvimento do PT nos escândalos do mensalão e do petrolão é a oposição, como explicar a parceria identificada nos dois episódios? Observem como isso se torna de difícil compreensão para a opinião pública. O antigo algoz implacável dos partidos por ele classificados como defensores do neoliberalismo e de atitudes lesa-pátria agora se veem envolvido em acontecimentos de gravidade similar. E aqui parece estar o grande equívoco do PT. A negação precipitada dos fatos. Nunca houve mensalão, disseram as suas principais lideranças. E o que o Brasil observou? A condenação à prisão de boa parte dessas lideranças. Aí veio o episódio da Operação Lava-Jato e a negaça se repetiu. E mais uma vez apareceu o envolvimento de lideranças do PT. Agora tentem imaginar o impacto disso na cabeça do cidadão. O partido que pregava o combate à corrupção hoje está na posição de réu. A sigla que mais defendia a abertura de CPIs hoje é contra elas. E não foram poucos os alertas de descontentamento. Dentre os mais recentes, os protestos de junho de 2013 e a reeleição apertada de Dilma.

Diante desse quadro, o pronunciamento de Luiz Inácio Lula da Silva em Belo Horizonte indica que a bússola política do PT ainda rodopia sem rumo definido.
Para o ex-presidente, a culpa pelo envolvimento do PT nas denúncias de corrupção, classificada por ele como briga política, está na forma equivocada da atuação da Polícia Federal e da imprensa e na tentativa golpista da oposição.  “Se ficarmos quietos, a sentença já está dada. O PT vai ter que voltar à luta. Não podemos permitir que quem não tivesse moral venha dar moral na gente”. Na contramão do discurso de Lula, outro ícone histórico do PT, Olívio Dutra, uma personalidade íntegra e sem mácula da corrupção (uma raridade por não ter sido corrompido em espécie) defende a imediata expulsão dos petistas envolvidos nas suspeitas de malversação do dinheiro público. “Tem uma ferrugem contaminando as engrenagens do partido.  Medidas têm que ser tomadas e já vêm tarde. É evidente que o PT, primeiro, tem que reconhecer que houve figuras importantes do partido e do governo que cometeram atos totalmente contrários aos princípios que fundamentaram a criação do PT e a sua existência”. O país sente perplexo causado por inversão de princípios que desconsertou o Partido.
Antônio Scarcela Jorge.


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