A escola no Brasil, de um modo
geral, não ensina o aluno a pensar nem a contraditar as verdades tidas como
imutáveis E o sistema de aferição é por notas, e o dez obtido tem por base as
anotações no caderninho das lições do professor. Mesmo no ensino universitário,
de grau superior, a mentalidade não difere, e o mais importante de tudo para o
aluno é passar no fim do ano, pouco importando os meios. Assiste-se hoje a uma
proliferação de cursos de especialização, de doutorado, de mestrado, com
métodos a distância ou presenciais, e com trabalhos escritos não se sabe como
nem por quem, porquanto as habilidades do escrever e do falar são cada vez mais
raras.
A enxurrada de cursos de
especialização disso e daquilo, na profusão hoje observada, pouco importando a
qualidade, bem serve aos interesses de servidores públicos, por exemplo, à cata
de diplomas cujo único objetivo é o de propiciar promoção funcional, com o
consequente aumento no contracheque. Então é bastante expressivo o número de
"especialistas" e de "doutores" infiltrados na máquina
pública, constatando-se, porém, um descompasso entre os títulos e a realidade
laboral, onde um simples ditado criaria dificuldades para muitos. A excessiva
ênfase a títulos fecharia as portas, por exemplo, para Capistrano de Abreu e
Machado de Assis, dois grandes gigantes autodidatas. Ensinar a pensar e a
dissentir das verdades estratificadas, essa há de ser a missão da escola e da
universidade. Experiência é posto, ensinam os antigos. Por isso os idosos não
devem ser descartados, mas reaproveitados, como ocorre nos países
desenvolvidos.
Eduardo
Fontes
Jornalista e administrador.
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