As principais preocupações dos
cearenses são a Saúde, as Drogas e a Segurança. Os entrevistadores do Ibope
perguntaram, na última pesquisa contratada pela Televisão Verdes Mares,
integrante do Sistema Verdes Mares, qual o primeiro problema enfrentado que eles
enfrentam no Estado e, a grande maioria respondeu que era a Saúde, vindo as
duas outras em seguida.
A pesquisa publicada ontem pelo
Diário do Nordeste, em comparação com uma outra do início do mês de maio (veja
quadro ao lado), mostra que o candidato Eunício Oliveira (PMDB) permaneceu
praticamente com o mesmo percentual de intenção de voto, enquanto Camilo
Santana (PT) apresentou crescimento. Mais da metade dos eleitores, ainda agora
tem pouco ou nenhum interesse na disputa eleitoral deste ano.
A pesquisa foi realizada entre os
dias 18 e 20 deste mês, com um universo de 1.204 eleitores, com uma margem de
erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Está registrada tanto no
Tribunal Superior Eleitoral quanto no Tribunal Regional Eleitoral sob os
respectivos números: 00233/2014 e CE-00010/2014.
Mudanças
Os eleitores entrevistados também
demonstraram interesse em mudanças no Governo do Ceará. 21% deles querem que o
futuro governador mude "totalmente a atual administração do Ceará",
44% responderam que o eleito "mantivesse alguns programas, mas mudasse
muita coisa", 18% disseram ser favorável a que o próximo chefe do
Executivo cearense "fizesse poucas mudanças e desse continuidade para
muita coisa". Finalmente 13% quer do futuro governante "desse total
continuidade à administração atual".
A pesquisa ontem conhecida foi a
primeira depois da efetivação da escolha dos candidatos a governador e senador
da República. Antes, para a Editora Verdes Mares, o Ibope fez duas pesquisas em
que vários nomes foram relacionados como possíveis candidatos aos cargos
majoritários. A primeira delas, no início do mês de maio, o hoje candidato
Camilo Santana aparecia como um dos nomes a ser apresentado juntamente com o da
empresária Nicole Barbosa (PSB), posteriormente substituída por Eliane Novais
(PSB), Ailton Lopes (PSOL) e Eunício Oliveira. Naquela oportunidade Eunício
aparecia com 43% das intenções de voto e Camilo com 6%. Na segunda pesquisa, em
junho, o nome de Camilo não foi relacionado. Nesta pesquisa de julho o
entrevistador apresentou ao eleitor, entrevistado, uma relação de questões do
dia a dia e pediu: "por favor, diga qual é a área em que, na sua opinião,
a população do Ceará está enfrentando os maiores problemas. 32% responderam ser
a Saúde, 14% apontaram as Drogas e 12% disseram ser a Segurança. A Educação
apareceu depois com 8%. Quando, porém, o eleitor pode citar três das áreas
problemáticas, a Saúde continua em primeiro lugar, seguida da Segurança e das
Drogas (veja quadro ).
CANDIDATOS MINIMIZAM REJEIÇÃO
Deparados com o cenário
apresentado ontem pela pesquisa de intenção de voto contratada ao Ibope pela
Televisão Verdes Mares, os candidatos ao Governo do Estado se disseram
satisfeitos com os resultados. O alto índice de rejeição à candidatura de três
dos quatro postulantes foi apontada como desconhecimento do eleitorado ante aos
candidatos.
Líder do ranking com 44% das
intenções, o senador Eunício Oliveira (PMDB) afirmou ter recebido os resultados
com alegria e humildade. "Não tem sapato alto, porque isso destrói as
pessoas, achar que já é vencedor. Vou andar ainda todo o Ceará, tenho uma
programação intensa", respondeu o candidato.
O peemedebista refutou afirmações
de que os outros concorrentes eram menos conhecidos que ele. "A pesquisa
não pergunta ao eleitor quem ele conhece. Ainda assim, nosso concorrente não é
uma pessoa desconhecida: é deputado, foi secretário por muito tempo, foi
votado. Não se trata de ninguém desconhecido", destacou Eunício, em
referência a Camilo Santana (PT).
O candidato lembrou que a última
pesquisa do Ibope divulgada pelo Sistema Verdes Mares antes das convenções
partidárias mostrava o candidato com 30% das intenções de voto contra 22% do
vice-governador Domingos Filho (PROS), então pré-candidato pelo partido.
"É possível dizer que essa nova caminhada está fazendo bem do ponto de
vista de perspectiva ao candidato, e a sociedade está aceitando", destacou
o senador.
Em segundo lugar, com 14% das
intenções de votos, o candidato da aliança governista, deputado Camilo Santana,
ressaltou que o resultado está dentro das perspectivas do partido, sendo apenas
um "retrato do momento". "O que nós temos que fazer agora é
percorrer o máximo de todo o Estado do Ceará, mostrar tudo de bom que temos
para apresentar e conquistar a confiança dos cearenses" apontou.
A respeito do índice de rejeição,
o maior entre os governamentáveis (24%), Camilo reconheceu que o resultado foi
acima do esperado pelo partido, mas ressalvou que os números representam mais o
desconhecimento dos eleitores. "Vamos trabalhar muito para que as pessoas
conheçam as nossas propostas", atestou.
Surpresa
Para a candidata do PSB, a
deputada Eliane Novais, os 6% de intenções de voto e terceiro lugar no ranking
foram uma "surpresa muito boa", uma vez que ela diz ser desconhecida
no Estado como candidata ao Governo. "Sentimos o desejo de mudança
fortemente na Capital e por onde andamos no Interior", alega.
Novais destacou ainda que seu
material de propaganda ainda não estava sendo distribuído na época de
realização da pesquisa. "Estamos apenas andando e falando com as pessoas
sem material, que já está chegando. Na hora em que o material se espalhar e as
pessoas conhecerem as nossas propostas, acredito que as próximas pesquisas vão
estar bem diferentes. Vamos para o segundo turno", apostou.
O candidato ao Governo pelo PSOL,
Ailton Lopes, que ficou em último lugar nas pesquisas (3%), disse estar
satisfeito com o resultado, já que não é conhecido do público por nunca ter
tido cargo eletivo. "Dedico isso ao trabalho que o nosso partido tem feito
ao longo dessa caminhada, que tem se credenciado como oposição aos governos que
estão aí instalados", apontou.
Ailton destacou que as pesquisas
realizadas no início da campanha medem não a intenção de voto do eleitorado,
mas o conhecimento do público sobre os candidatos. "Se nós analisarmos as
pesquisas que são lançadas nessa época de início de campanha, veremos que
alguns candidatos que começaram em primeiro lugar terminaram a eleição quase em
último", avaliou.
O pleiteante pondera que o PSOL não
se pauta pelas grandes pesquisas e tem uma campanha desproporcional às demais.
"Em um Estado em que a desigualdade é gritante, não entendo por que se
gastar tanto dinheiro em campanha eleitoral", defendeu. Ele criticou o
índice de rejeição avaliado pela pesquisa, afirmando que não se pode rejeitar
um candidato sem conhecê-lo.
Fonte: DN.
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