Presidente concorda que País precisa de mudança em
setores como a infraestrutura, mas sai em defesa de sua política econômica e
critica pessimistas.
Brasília - A presidente Dilma
Rousseff, afirmou na sabatina na Confederação Nacional da Indústria (CNI)
realizada na tarde desta quarta-feira, 30, que governo petista herdou um quadro
ruim na capacidade do Estado de planejar ações na área de infraestrutura.
"Nós somos herdeiros de uma situação ruim do ponto de vista público e
privado", disse. Durante todo seu discurso, a presidente também voltou a
criticar o "pessimismo" de alguns analistas e chegou a fazer um apelo
para que os empresários não se deixem envolver por "profecias
pessimistas".
Dilma disse que o ex-presidente
Lula e ela encontraram um Estado sem projetos para executar. "O Brasil não
tinha projeto executivo e básico, não tinha carteira de projetos." Segundo
ela, a situação atual da economia permitirá ao Brasil entrar em um "novo
ciclo". "Criamos as bases", complementou.
A petista foi a terceira
entrevistada da série de encontros realizada pela CNI para ouvir as propostas
econômicas dos principais candidatos à Presidência. Na manhã e no início da
tarde participaram o candidato do PSB, Eduardo Campos, e o candidato do PSDB,
Aécio Neves.
Dilma voltou a rebater o que ela
define como "profecias pessimistas" e lembrou as previsões negativas
feitas sobre a realização da Copa do Mundo no Brasil e sobre uma suposta crise
no setor elétrico. "Expectativas pessimistas bloqueiam as realizações",
disse.
Segundo a presidente, o País
conta atualmente com uma situação macroeconômica melhor. Referindo-se ao
período em que o Brasil foi governado por Fernando Henrique Cardoso, Dilma
disse que as reservas cambiais do País cresceram dez vezes desde então.
Crise econômica. Em sua fala, a
candidata à reeleição destilou uma série de ações e dados e, em tom
provocativo, questionou os presentes como estaria a economia se o governo não
tivesse tomado as decisões após a crise econômica mundial de 2008: "Como seria
se não tivéssemos adotado as medidas anticíclicas? Em que situação estaria a
nossa indústria?"
A presidente afirmou que a
desoneração da folha de pagamento para 56 setores produtivos, a mudança na
tributação de bens de capital, a redução do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) do automóvel e da linha branca e a mudança no Simples
Nacional são a "verdadeira reforma tributária" - iniciativa que os
antecessores dela na sabatina, Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB),
disseram que vão realizar logo no início do futuro mandato, caso eleitos.
"Trata-se de uma verdadeira reforma tributária para esse seguimento
empresarial majoritário no País", afirmou.
Concessões.
Questionada sobre os problemas na
infraestrutura,Dilma também afirmou que não está "feliz" com a forma
como os investimentos na área têm sido feitos nos últimos anos. Apesar da
autocrítica, a presidente ressaltou que o governo petista retomou os aportes em
infraestrutura que não existiam antes. "É preciso avançar ainda mais.
Mesmo considerando que fomos o governo que mais investiu em concessão",
afirmou.
Dilma citou como exemplo o setor
de rodovias, que realizou leilões de concessão para ampliar estradas. Segundo
ela, as empresas agora são obrigadas a investir em até cinco anos e esta seria
a principal diferença do modelo adotado pelo PT. "Não se fazia concessão
para investir. Fazia-se para manter (rodovias antigas). O modelo era
esse", disse.
Por fim, a presidente comentou o
cenário dos direitos trabalhistas e saiu em defesa do diálogo. "Queremos
construir um marco regulatório do trabalho compatível com a economia do século
21. Deve estar sim, estruturado em torno da negociação coletiva", afirmou.
Ela também defendeu a
terceirização, mas não deixou de mencionar a importância dos direitos dos trabalhadores.
"Temos que simplificar as relações trabalhistas, mas tem algumas garantias
que a Lei Trabalhista deu no Brasil que eu não acredito que nenhum setor tem as
condições de rasgar, como 13º e horas extras".
Fonte: Agência Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário