As testemunhas de defesa
arroladas pelo deputado André Vargas (sem partido-PR) não compareceram à sessão
do Conselho de Ética marcada para esta quarta-feira, na Câmara dos Deputados. O
relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), acredita que há uma clara
tentativa de protelar o julgamento, enquanto a defesa de Vargas critica o prazo
apertado e poderá recorrer.
Foram convidados para esta
quarta-feira o deputado estadual Ênio Verri (PT-PR), o prefeito de Apucarana,
Beto Preto (PT), e o de Pitanga, Altair Zampier. O Conselho de Ética tem até o
próximo dia 29 para ouvir testemunhas, caso a Câmara fique sem recesso
parlamentar. O Legislativo pode ter as férias suspensas caso não vote a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO)

Vargas é suspeito de quebra de
decoro parlamentar por ter viajado em um avião pago pelo doleiro Alberto
Youssef, preso pela Polícia Federal em uma operação contra lavagem de dinheiro.
Ele também é acusado de ter ajudado Youssef em um contrato do laboratório
Labogen com o Ministério da Saúde.
O deputado tem até o dia 12 para
concluir o relatório, caso não haja recesso, prazo que pretende cumprir. O
advogado de Vargas, Michel Saliba, vê uma tentativa de expor o ex-petista em
ano eleitoral e não descarta recorrer à Comissão de Constituição e Justiça da
Câmara (CCJ) ou mesmo ao Supremo Tribunal Federal (STF). O defensor citou o
processo contra o deputado Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO), suspenso pela
proximidade com o contraventor Carlinhos Cachoeira, cujo processo se arrastou
por dois anos.
“O caso do Lereia levou dois anos
entre a instauração e a votação em plenário. É bem verdade que não era ano
eleitoral, muito menos eleição presidencial. Me parece que há uma tentativa de
expor o deputado André Vargas em um momento que se aproximam as eleições”,
disse.
“O objetivo claro desse código é
que o tempo corra e se faça o prejulgamento. Se o regulamento aqui é só para
inglês ver, então se enforque o deputado em praça pública. Agora, se o Conselho
quer uma instrução minimamente séria, isso não é possível. Não é razoável”,
acrescentou o advogado.
Saliba planeja substituir duas
testemunhas para depor na Câmara. Entre as pessoas arroladas, está o doleiro
Alberto Youssef, que também havia sido convidado pelo relator. Como ele disse
que permaneceria calado, a Justiça cancelou a videoconferência marcada entre o
preso e os deputados.
Testemunha do caso Argôlo também falta.
Testemunha arrolada pelo deputado
Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo contra Luiz Argôlo (SDD-BA),
também não compareceu ao Conselho de Ética. O chefe de gabinete do parlamentar
baiano, Vanilton Bezerra Pinto, comunicou que só estará em Brasília a partir do
dia 30 de julho. Argôlo também é processado por sua proximidade com o doleiro
Alberto Youssef.
Fonte: Agência Câmara.
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