quarta-feira, 16 de julho de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE- QUARTA-FEIRA, 16 DE JULHO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

QUESTÃO DE RACIONALIDADE  PARA MUDANÇAS DE CONCEITOS NO FUTEBOL BRASILEIRO.

Nobres:
A nossa concepção juntada o de milhões de brasileiros que usam o senso critica daquilo que antes se cognominada de “país do futebol” vem nos reportar sobre o fracasso da Seleção Brasileira que veio expor mais do que as deficiências técnicas da equipe que disputou o Mundial. O selecionado apenas reflete carências crônicas do futebol brasileiro, que precisa passar por uma profunda reformulação. Mas a renovação na gestão será incompleta se for focada somente na estrutura dos organismos de cúpula. Deve passar por mudança de mentalidade que mexa com as convicções superadas dos clubes, com suas relações de escassa transparência com os torcedores que os sustentam e com a democratização efetiva de agremiações agarradas a conceitos do futebol do século passado. O Brasil é desafiado a construir um caminho sereno e democrático, sem intervenções do governo num tema que não lhe compete, mas também sem a leniência que facilite a corrupção e a apropriação da CBF por grupos organizados para tirar proveito da maior paixão nacional. Já não se trata apenas de mudar a comissão técnica ou de continuar confiando no talento individual dos jogadores. O Brasil precisa rever, da forma mais ampla possível, a abordagem ainda amadora do futebol, em desacordo com espetáculos que envolvem cifras milionárias, mobilizam sentimentos clubísticos e de nacionalidade e refletem, externamente, a imagem do país. Está claro, por evidências e diagnósticos, que os problemas se multiplicam a partir da precária gestão das entidades, entre as quais as que integram a elite do futebol. Modelos ultrapassados ainda presidem grande parte do sistema de escolhas dos dirigentes dos clubes e, por consequência, dos mandatários das entidades federativas. Ainda são raros os exemplos de controle social dos clubes, decisivo para que expressem o poder de associados e torcedores e sejam por eles orientados em suas grandes decisões. Líderes efetivamente comprometidos com a mudança devem se articular e assumir o protagonismo, ou preservaremos o que não vem dando certo. Exemplos existem, a começar pelo que foi feito nessa área na Alemanha na última década. Os dirigentes do futebol não têm o direito de continuar contagiando negativamente a nação com o autoengano de que viveremos de conquistas históricas. Há urgência, para que possamos voltar a ostentar com dignidade e profissionalismo o título de país do futebol. A lição poderá ser bem assimilada estabelecendo conceitos referentes as mudanças racionais do nosso futebol.

Antônio Scarcela Jorge.

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