terça-feira, 15 de julho de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 15 DE JULHO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

TRANSFORMAR EM BALCÃO DE NEGÓCIOS E NEGOCIATAS ENTRE PARTIDOS POLÍTICOS.

Nobres:
É deveras conceber que legislação eleitoral venha conceber o ato concernente a “propaganda eleitoral” que estabelece um normativo esdrúxulo sem que os congressistas venha modificar tamanho daquilo que estimamos “um jogo de cartas marcadas” uma expressão escorreita de formatação eleitoral, Referimos a publicação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do cálculo de tempo de rádio e televisão para cada candidato à Presidência da República, fica escancarado para a população o principal motivo de alianças esdrúxulas entre agremiações políticas. Os dois candidatos melhor situados nas pesquisas eleitorais contam, cada um, com o apoio de nove legendas, algumas sem qualquer expressão política, que parecem existir apenas para negociar a propaganda dita gratuita em rádio e televisão. E de gratuita não tem nada, pois o contribuinte paga a compensação pelo espaço utilizado pelos candidatos e partidos para o proselitismo eleitoral. Trata-se, sem dúvida, de uma das maiores deformações da política nacional. Num país de dimensões continentais como o Brasil, é natural que haja uma disputa acirrada pelos espaços em emissoras de rádio e televisão. O inadmissível é que a estratégia passe longe dos interesses políticos e envolva um verdadeiro vale-tudo. Isso faz com que representantes de partidos de pouca ou nenhuma expressão insistam em permanecer na disputa, mesmo sem contar com qualquer chance de vitória. O objetivo é aproveitar ao máximo o direito a pelo menos alguns segundos adicionais no horário político obrigatório. Numa campanha eleitoral, o tempo de rádio e televisão transforma-se numa moeda de troca valiosa, levando candidatos a se comprometerem em retribuir favores depois de eleitos. Na prática, isso faz com que, entre os dois pretendentes à Presidência da República mais citados hoje nas pesquisas presidenciais, um tenha o dobro do tempo de exposição do segundo colocado. Ambos ficam com mais da metade do tempo de veiculação. O restante é dividido entre os demais, sendo que alguns dispõem de apenas alguns segundos. Por mais que a distribuição baseie-se em parâmetros objetivos o tamanho das bancadas dos partidos de cada coligação no Congresso, o resultado evidencia mais um dos tantos elementos de desequilíbrio na disputa. Um dos problemas dessa deformação é que a conta das campanhas eletrônicas, mais elevada a cada eleição, é bancada de forma direta ou indireta pelos próprios eleitores. O inadmissível, porém, é que o verdadeiro balcão montado para negociar tempo de rádio e televisão esteja preocupado não com os interesses dos eleitores, mas com os dos próprios políticos. Reiteramos, para cada pleito os interessados direccionalmente, não há receptividade para demudar em ações isonômicas desse feito.

Antônio Scarcela Jorge.

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