“Esqueceram as formaturas”.
A PROFISSÃO DE DEPUTADO SERVE ATÉ PARA MÉDICOS.
Alguns deles ainda vão a hospitais e atendem em consultórios, mas não se
identificam como tais para a Justiça Eleitoral.
O deputado, eleito pelo voto
popular assume mandato parlamen tar de quatro anos, podendo, caso queira,
concorrer outras sucessivas vezes, diferente do cargo executivo que só tem
direito a uma reeleição. Alguns deputados do Ceará levam essa ideia de disputa
de reeleições ininterruptamente muito a sério, tanto que estão há décadas com
mandatos, fazendo deles a verdadeira profissão, esquecendo até mesmo a que
exercia antes de ter o primeiro mandato.
Dos 35 parlamentares que tentarão
reeleição para assumir por mais quatro anos o cargo de deputado na Assembleia
Legislativa do Ceará, quase a metade deles, 15, disseram ao Tribunal Regional
Eleitoral (TRE) que têm como ocupação ser deputado. Em 2010, quando esses se
elegeram, quase todos, com exceção de Lucílvio Girão (SD) e Sérgio Aguiar
(PROS), registraram as profissões pelas quais se formaram como suas ocupações.
Outros oito se disseram médicos,
uma fisioterapeuta, uma enfermeira, um geólogo, três advogados, dois
empresários, um administrador, uma psicóloga e um professor. Na página do
deputado Roberto Mesquita (PV) o sistema Divulgacand (Divulgação de
candidaturas) da Justiça Eleitoral, apresenta falhas na execução e não mostra
qual a ocupação do parlamentar.
O peemedebista Daniel Oliveira,
por exemplo, está em seu primeiro mandato, e apesar de ser graduado em direito,
disse ao TRE que sua ocupação é de deputado. Em 2010, ele se auto intitulou
como empresário. Ely Aguiar (PSDC), com ensino superior incompleto também
imprimiu a função parlamentar como sua ocupação. Há quatro anos ele se disse
jornalista.
Um dos casos mais emblemáticos é
o de Fernando Hugo (SD), que já está no seu quinto mandato e pretende se
reeleger para o sexto. Muitas das vezes, os pronunciamentos de Hugo são
direcionados para a categoria de medicina, curso pelo qual ele foi diplomado.
No entanto, ele, assim como os demais, registrou "deputado" como sua
ocupação. Em 2010, ele ainda se intitulava como médico.
João Jaime (DEM) está no terceiro
mandato e também é candidato à reeleição. Empresário, o democrata também se diz
deputado como ocupação. Em seu primeiro mandato parlamentar, Júlio César Filho
(PTN) é formado em Engenharia Civil, mas não exerce a profissão, assim como o
médico Lucilvio Girão, que diz se dedicar apenas ao cargo de deputado estadual.
Militar
reformado
Manoel Duca PROS - (foto acima) segue os demais,
e em seu sexto mandato como parlamentar, o administrador de empresas não quer
parar e tenta, mais uma vez, uma das 46 vagas do Legislativo Estadual. Em 2010
ele era "militar reformado", de acordo com o site do TSE. Mário Hélio
(PMN), que, em 2010, dois anos depois de ter sido eleito vereador, postulou a
vaga na Casa Legislativa, tentará manter suas duas atividades: a de comerciante
e a de deputado. Há quatro anos ele tinha como "profissão" ser
vereador da Capital.
Osmar Baquit (PSD) é outro que
registrou no TSE a função de "deputado" como sua ocupação, mas na
verdade, é empresário por profissão e em 2010 registrou-se como administrador
quando pediu o registro de sua candidatura. José Teodoro (PSD), que utiliza a
denominação de "Professor" e defende, em praticamente, todos os seus
pronunciamentos na Assembleia Legislativa temas ligados à Educação, também
registrou "deputado" como sua ocupação, assim como o atual primeiro
secretário da Assembleia, Sergio Aguiar (PROS). Em 2010, Teodoro era "professor
de ensino superior", e Aguiar, em 2006, se dizia servidor público. Teodoro
chegou a ser Reitor das Universidades do Cariri e do Vale do Acaraú.
O empresário Sineval Roque (PROS)
é mais um entre os 35 postulantes a outro mandato (o TRE indeferiu o seu
registro, mas ele vai recorrer) que tem o cargo de deputado como ocupação. Téo
Menezes (DEM), que, assim como Mário Hélio, registrou-se como tendo apenas o
ensino médio completo, também se diz "deputado" por ocupação, mesmo
sendo empresário em 2010. Completam ainda a lista, o vice-presidente da Casa,
Tin Gomes (PHS) e a peemedebista Inês Arruda. Ele, na verdade, é formado em
Ciências Contábeis, e Arruda é terapeuta ocupacional, ainda que há quatro anos
tenha se registrado como professora do ensino médio.
Pelo menos 19 parlamentares
assumiram a profissão que, de fato, se formaram. Dentre eles estão os médicos
Antônio Granja (PROS), Carlomano Marques (PMDB), José Sarto (PROS), Heitor
Férrer (PDT), Hermínio Resende (PROS), Leonardo Pinheiro (PSD), Lula Morais
(PCdoB) e Welington Landim (PROS). Delegado Cavalcante (PDT), Ivo Gomes (PROS)
e Ferreira Aragão (PDT) são advogados por formação.
Dedé Teixeira (PT) se disse
biólogo; Bethrose (PRP) fisioterapeuta; Gony Arruda (PSD) administrador; Rachel
Marques (PT), psicóloga; Mirian Sobreira (PROS), enfermeira; e Francisco
Pinheiro (PT), professor. Já José Albuquerque (PROS) e Fernanda Pessoa (PR)
disseram ser empresários. Roberto Mesquita também é empresário, mas no Sistema
de Divulgação há falha na execução de seus dados.
Fonte:
DN.
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