COMENTÁRIO
No Brasil, a forma como as alianças políticas são
construídas demonstra o fisiologismo dos partidos políticos e a ausência de
agendas consolidadas. As alianças se orientam por interesses meramente
eleitorais tendo como trunfo o tempo de exposição no horário eleitoral. Com
isso, aliados passam a ser rivais motivados apenas por questões estratégicas.
Assim, aparecem casos como o do Rio de Janeiro, onde Dilma Rousseff contará com
o apoio de quatro candidatos ao governo estadual. Para piorar, em alguns estados,
os postulantes ao governo necessitam fazer o malabarismo de apoiar mais de um
presidenciável. Na prática, geralmente, todo esse esforço é em vão, pois não se
converte tão claramente em votos. Os palanques divididos minam a capacidade de
transferência de capital político das lideranças e motivam o aumento da
desconfiança dos eleitores sobre as propostas apresentadas pelos candidatos.
Não à toa é comum assistir aos cidadãos optando por candidatos de um bloco para
o cenário estadual sem atrelar essa decisão ao contexto político nacional. Isto
é, votam em um candidato para o governo do estado, mas não em quem ele
representa na disputa para presidente.
* Thiago Sampaio
Cientista político.
Nenhum comentário:
Postar um comentário