domingo, 6 de julho de 2014

COMENTÁRIO - TIAGO SAMPAIO

COMENTÁRIO
No Brasil, a forma como as alianças políticas são construídas demonstra o fisiologismo dos partidos políticos e a ausência de agendas consolidadas. As alianças se orientam por interesses meramente eleitorais tendo como trunfo o tempo de exposição no horário eleitoral. Com isso, aliados passam a ser rivais motivados apenas por questões estratégicas. Assim, aparecem casos como o do Rio de Janeiro, onde Dilma Rousseff contará com o apoio de quatro candidatos ao governo estadual. Para piorar, em alguns estados, os postulantes ao governo necessitam fazer o malabarismo de apoiar mais de um presidenciável. Na prática, geralmente, todo esse esforço é em vão, pois não se converte tão claramente em votos. Os palanques divididos minam a capacidade de transferência de capital político das lideranças e motivam o aumento da desconfiança dos eleitores sobre as propostas apresentadas pelos candidatos. Não à toa é comum assistir aos cidadãos optando por candidatos de um bloco para o cenário estadual sem atrelar essa decisão ao contexto político nacional. Isto é, votam em um candidato para o governo do estado, mas não em quem ele representa na disputa para presidente.
* Thiago Sampaio

Cientista político.

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